quinta-feira, 15 de agosto de 2013

"Avante João Pessoa" - População Participa de Protestos

Em ato  pacífico, com incidentes isolados, população cobra direitos e condena corrupção em 20 de junho de 2013

por Nayanne Nóbrega e José Carlos dos Anjos

Pacífica, a marcha cívica realizada ontem em João Pessoa reuniu milhares de pessoas e não registrou atos violentos, ao contrário do que tem ocorrido em São Paulo, Rio, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e outras cidades. No início da manifestação, a Polícia Militar informou que 10 mil pessoas estavam na caminhada, cálculo refeito para 22 mil no início da noite pelo secretário executivo de Segurança e Defesa Social, Jean Francisco Bezerra.Pelas redes sociais, organizadores do movimento "Avante João Pessoa" chegaram a falar em 50 mil pessoas.

Estudantes, trabalhadores, donas de casa, jovens e velhos, percorreram quase 10 km entre avenidas do Centro da Capital, a Avenida Epitácio Pessoa e a orla marítima, onde a manifestação se dispersou.

Com apitos, caras pintadas e cartazes, a população reivindicou acessibilidade e cidadania, gritou contra a PEC 37 (Projeto de Emenda Constitucional que tira do Ministério Público o poder de investigação) e contra o Ato Médico. Outro ponto muito pedido pelos manifestantes foi a saída do deputado Marcos Feliciano da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, e a derrubada do projeto de lei que ficou conhecido popularmente como "Cura gay".

O tópico da emoção na manifestação ficou por conta do Hino Nacional - insistente cantado - e pela grande quantidade de bandeiras do Brasil e da Paraíba.

O Liceu Paraibano, maior e mais tradicional escola pública do Estado, amanheceu pichado, no que se configurou como único ato de vandalismo registrado no dia de protestos. Logo, estudantes usaram rodos e baldes para limpar as paredes do prédios, sinalizando o tom pacífico em que a manifestação transcorreria.

Medidas preventivas como o fechamento do comércio, escolas e repartições públicas, esvaziaram logo no início da tarde o centro comercial da cidade, o que ajudou a Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) no controle do tráfego, orientando ônibus e carros menores a adotarem percursos que não cruzassem a área do manifesto.

Os manifestantes se concentraram na Avenida Getúlio Vargas, em frente ao Liceu, aonde começaram chegar, no inicio da tarde. por volta das 16 h, a marcha saiu em direção à Praça João Pessoa (onde ficam o Palácio da Redenção, a Assembléia Legislativa e o Tribunal de Justiça). Depois seguiu o trajeto programado até a praia.

O Corpo de Bombeiro registrou cinco ocorrências durante o percurso. Segundo major Arthur Vieira, os casos foram de pequenos acidentes: duas torções de pé, uma criança que se perdeu (mas foi encontrada), uma mulher que bateu com o rosto num poste e uma pessoa que passou mal. A Polícia Militar não fez prisões, segundo o comandante do 1º Batalhão, tenente-coronel Paulo Almeida, que ficou responsável pela operação de monitoramento do manifesto em João Pessoa.

O posto de assistência instalado pela OAB para atender possíveis vítimas de violência também não registrou ocorrências, segundo o advogado Caio Cabral, integrante da Comissão Criminalista da Ordem.

Publicado no jornal Correio da Paraíba
21 de junho de 2013
Edição Especial.    

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