Jonas Vasconcelos - Diversidade
Muitas vezes, de onde menos se espera recebemos uma lição de vida.
Estava sentado na porta de casa e vi uma formiguinha carregando uma folha que deveria ter no mínimo 20 vezes o seu tamanho e peso. Fazia aquela tarefa com muita dificuldade, empurrando ou carregando sobre a cabeça. Por vezes, o vento derrubava a formiga e a folha. Foram muitos os tropeços e recomeços.
Pensei em interferir ajudando de algum modo. Mas como? Talvez, se agisse, eu poderia até mesmo dificultar ainda mais o trabalho dela.
Resolvi continuar observando.
Os empecilhos que ela encontrou não foram suficientes para lhe provocar desanimo. Por fim, alcançou um pequeno buraco que supus ser a porta do seu habitar.
Que ser formidável, pensei. Quanta obstinação. Na verdade, ela apenas tinha acabado uma etapa do seu trabalho. A folha era muito maior do que a entrada do formigueiro e ela precisava colocá-la para dentro.
Então, ela largou a carga ali fora e entrou. Na hora pensei no velho ditado popular: “nadou, nadou e morreu na praia”.
Surpreendentemente, um batalhão de formigas surgiu do buraco, começou a desmembrar a folha em pequenos pedaços e transportá-los para o seu interior. Pareciam estar alegres e em pouco tempo todos os pedaços da folha e as formigas desapareceram.
Tudo acabou.
Porém, continuei sentado ali na porta de casa absorto e a refletir sobre aquele ensinamento.
Quantas vezes desanimamos diante do tamanho da tarefa ou dificuldade?
Quantas vezes nos falta persistência, força e determinação?
É muito comum acharmos que recebemos um fardo maior do que podemos suportar.
Agradeci a Deus por ter colocado a formiguinha na minha porta para mostrar que sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente aguardando para ser realizado.
Reflita isso
Extraído do Livro "Contos deste e doutro mundo." de Jonas Vasconcelos
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