sábado, 9 de novembro de 2019

Onaldo Queiroga - Nordeste, Sim Senhor



Sou da terra do cangaço. De Corisco, Jararaca e de Silvino. De cabra macho, sim senhor, onde o Lampião ainda é rei e bonita é sua Maria, rainha da selva sertaneja. Sou da terra do artesanato. De Viltalino e seus discípulos. De bonecos, sem senhor.  Onde o barro é existência, e a arte figurativa é vida no altar do Alto do Moura.

Sou da terra de rica culinária. De milho, canjica e pamonha. De carne de sol e arroz doce.Onde do bode se faz buchada, da goma a tapioca e na ressaca se toma cabeça de galo. Sou da terra da cultura. De ciranda e de reisado. De cordel e de repente. Onde das cordas da viola se dar o tom e o poeta improvisa no mote erupções de múltiplos versos.

Sou da terra das belas praias. De Tambaú, Cabo Branco, e Camboinha. De Iracema e Jericoacoara. De Boa Viagem e Porto de Galinhas. De Pipa e São Miguel do Gostoso. Do Francês,Maragogi e Ganga. Do Cajueiro e do Coqueiro. De Porto Seguro Trancoso. De Calhau, do Porto Preguiça e de Ponta D'Areia. De Atalaia e do Refúgio. Praias de águas mornas e de cenário esplendorosos.

Sou da terra  de múltiplos ritmos. Do Baião. do Forró, do Xote, do Xaxado, do Frevo , do Maracatu , da Ciranda, do Coco  e por aí vai.Sou da terra das festas joaninas ou juninas. Do São João que enfeita e alegra  um povo sofrido, mas sempre guerreiro.

Sou da terra que em tempo de seca o sol do sertão bebe toda água, mas que no mesmo solo, quando a chuva cai a verde esperança renova a fé  e a coragem de um povo chamado Nordeste.Sou cabra da peste, nordestino com muito Orgulho!

Onaldo Queiroga
Juiz

Publicada no jornal Correio da Paraíba
Edição de 12 de outubro de 2019.
Opinião.

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