Um conto-uma crônica
Não sou afeito a construção de muros. Gosto na verdade de erguer pontes.
Os muros deixam uma falsa ideia de segurança. Na verdade levam o homem para o isolamento, enclausuramento e a solidão. Entre muros o homem vive sob a égide do medo. É aquela história, com uma visão equivocada, o homem constrói muros e se isola, tornando-se cada vez mais solitário, violente, tétrico e confuso.
O muro, quando é de pedra e cal, torna-se visível e mais fácil de ser derrubado. Agora, quando é construído psiquicamente, torna-se difícil de ser levado ao chão, pois não é fácil lutar contra algo invisível. Numa civilização cada vez mais competitiva, sórdida, solitária, incrédula e repleta de desconfiança, os muros estão cada vez mais crescentes, primordialmente, os invisíveis.
O incrível é que existem uma infinidade de seres humanos que passam por esse planete Terra apenas com a visão de construção de muros, numa total perda de tempo, enquanto poucos se dedicam a construir pontes. Os que levam o tempo a levantar muros são seres que carregam o medo no seu próprio existir. A humanidade precisa, urgentemente, derrubar os muros que circundam sua existência. Tais muros são filhos da ganância, da luxuria, da inveja e da desconfiança reinante nos dias atuais. Quantas vezes precisamos transpor, no dia-a-dia, olhares infiéis, sorrisos aleivosos e falas travestidas, seja no âmbito familiar, profissional, ou mesmo no social.
Se os muros nos afastam, as pontes nos interligam, permitindo que, independentemente, de sua religião, de seu país e de sua cor, possam os homens caminhar em harmonia pelos jardins da paz, abraçando a fraternidade e repousando o espírito nas plumas do amor.
Que Deus não nos abandone, esteja sempre conosco!
Onaldo Queiroga
Juía de Direiro
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