quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Onaldo Queiroga - Sons Da Vida

São muitos os sons que chegam aos nossos ouvidos durante o percurso da vida.Alguns oriundos da natureza, outros provenientes do homem. Uns são estridentes, inquietam a alma, causam ansiedade e estresse. Já outros são suaves, acalmam o espírito, tranquiliza-nos.

Os sons que emergem das grandes metrópoles não nos fascinam. A poluição sonora advinda do trânsito é algo que incomoda, provoca ânsia e desassossego. Já no campo, o som é tênue e afetuoso, aquieta a alma, fazendo com que o tempo caminhe mais docemente.

Cada ser humano se afeiçoa a um determinado tipo de som. Somos daqueles movidos a músicas instrumentais, de toque bem suave. Elas nos acompanham também quando estamos trabalhando, seja preparando despachos, sentenças ou mesmo escrevendo textos literários ou jurídicos. Trazem serenidade, equilíbrio e inspiração, parece que nos permite sair do nosso corpo e flutuar por templos de relaxamento.

Sei que alguns acham que esse tipo de som, como também aqueles tidos como românticos e boêmios, podem causar tristeza e nos levar a um estágio de taciturnidade. Mas, conosco funciona diferente, pois, por exemplo, sob o som instrumental de Nando Cordel, os dias são mais fáceis e tranquilos. O Poeta de Ipojuca-PE, consegue com seu som adentrar em nosso espírito e no remanso das notas musicais espantar temores e angustias que o tormentoso mundo do terceiro milênio nos impõe, de vez em quando. Ouço também canções internacionais, antigas e atuais.

Sou amante do forró, xote, xaxado, coco e baião, enfim, desses ritmos do balaio Nordeste, pois contam a nossa história e, incrivelmente, mesmo com um tom melancólico, nos permite dançar com alegria nos terreiros da vida. A boa música é alimento espiritual e nos faz bem.

Onaldo Queiroga
Juiz de Direito

Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição de 19 de agosto de 2017
Opinião. 

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