sexta-feira, 27 de julho de 2018

Marcílio Moraes

Marcílio Moraes
Trinta anos de ironia
Marcílio Moraes comemora três décadas de carreira, apostando no declínio do produto telenovelas

Ele começou como colaborador de Dias Gomes, em Roque Santeiro (1985), novela proibida em 1975, pela Censura do Regime Militar, repaginada dez anos depois. Além de Roque Santeiro, Marcílio coleciona grandes obras, tanto na Globo quanto na Rede Record. Prova disso é seu prestígio diante do público e também dos parceiros de roteiro, como Dias Gomes e Lauro César Muniz. Um currículo invejável...

Roque Santeiro  ( 1985, Globo)
Lima Duarte e Regina Duarte
Roque Santeiro marcou época com os inesquecíveis Sinhozinho Malta (Lima Duarte) e Viúva Porcina (Regina Duarte)
 "Foi uma repercussão inimaginável, ainda mais para mim que estava chegando na TV. Dias Gomes fez apenas os 50 primeiros capítulos e deixou nas mãos do Aguinaldo Silva. Não tive dificuldade, porque já vinha de teatro, mas foi bacana".



Roda de Fogo (1986, Globo)
Tarcísio Meira e Bruna Lombardi
 Em Roda de Fogo, o amor de Lúcia (Bruna Lombardi) fez o público torcer pelo canalha Renato Villar (Tarcísio Meira), que estava marcado para morrer.
"A novela nasceu na Casa de Criação da Globo. Eu que fiz a primeira sinopse.. A Globo chamou o Lauro César Muniz para conduzir a novela. Foi um sucesso de repercussão e audiência. Foi muito bom de fazer, principalmente, pela questão da política, tema que eu adora."

 Mandala (1987, Globo)
Vera Fischer e Felipe Camargo 
 Mandala uniu Felipe Camargo e Vera Fischer também na vida real
"Essa foi muito complicada. Dias Gomes não tinha muito saco para escrever novela e me entregou no capítulo 26. Uma trama extremamente ousada, baseada no mito de Édipo Rei. Hoje, acho que não passaria na cabeça de ninguém aceitar fazer. A relação da mãe, Jocasta (Vera Fischer) com o filho , Édipo (Felipe Camargo) causou muita polêmica. Foi o meu maior desafio levá-la até o fim".


Mico Preto ( 1990, Globo)

Louise Cardoso e Luis Gustavo 
Louise Cardoso e Luis Gustavo como os protagonistas de Mico Preto
"Foi uma série de equívocos, mas o problema maior foi a administração da novela. Eu que era o cabeça, mas não tive força de conduzir aquilo. Deixei muito frouxo. Foi ruim até o fim. Éramos três autores (ele, Euclydes Marinho e Leonor Bassères) e cada um escrevia uma coisa, não podia dar certo mesmo."

Sonho Meu (1993, Globo)
 
Carolina Pavanelli
A doce Maria Carolina (Carolina Pavanelli), de Sonho Meu, vivia em um orfanato.
"Um sucesso. A segunda maior audiência do horário dos anos 1990. Tudo deu certo. Um bom elenco e uma boa história. A elaboração da sinopse foi legal. Era junção de duas tramas de Teixeira Filho e ficou uma novela inteiramente diferente."

Irmãos Coragem (1995, Globo)
 Marcos Winter e Gabriela Duarte
 Marcos Winter e Gabriela Duarte no remake de Irmãos Coragem
"A novela começou mal. A trama tinha um fundo político forte em 1970, mas em 1995 o panorama do Brasil era diferente. Deixei a história política meio de lado e fui para o romance."

Essas Mulheres (2005, Record)
Gabriel Braga Nunes
Em “Essas Mulheres” Gabriel Braga Nunes fez o personagem Fernando Seixas."Me chamaram em cima da hora para fazer a novela. Foi uma correria miserável. Mas foi muito bem feita. Trilha sonora fantástica, elenco muito bom e ganhou prêmio pelos figurinos. Não teve muita audiência, mas foi bem avaliada pela crítica."

Vidas Opostas ( 2006, Record)

 Heitor Martinez 
 Heitor Martinez como vilão Jackson em Vidas Opostas
Vidas Opostas mostrava a dura realidade do Morro do Torto
"Foi o meu maior sucesso em termos de audiência e repercussão junto ao público. Até ganhei prêmios. A novela bateu a Globo por diversas vezes. Podia ter aproveitado mais. A repercussão era muito grande."

Ribeirão do Tempo (2010, Record)

Bianca Rinaldi
A executiva Arminda (Bianca Rinaldi) em Ribeirão do Tempo
"Era um desafio grande.A história foi mais calcada na política. Não era uma novela óbvia. Não foi um estrondo, mas tinha um bom público. Curiosamente, teve pouca repercussão na mídia, porque acho que ela cutucava a imprensa. Esse aspecto politico nunca foi percebido. Gostaria de ter provocado uma discussão maior. Naquela época, todo mundo estava acomodado com a política!".

Por Thomaz Rocha

Publicado na revista Minha Novela
Edição de 3/7/2015 n/ 826
X-TUDO
Memória
Fotos: Divulgação/Rede Globo - Divulgação Rede Record-
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