Profissionais explicam como identificar sintomas e contornar a enfermidade. Consultora de gestão aponta como mudança de prioridade pode auxiliar patrões e empregados.
Com mais de 11 milhões de brasileiros com depressão, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), profissionais ligados à área de saúde e bem-estar alertam para a necessidade de atenção aos fatores que podem desencadear a doença. Diferenciar tristeza e depressão e o respeito ao diagnóstico também podem auxiliar o paciente a superar a enfermidade. (Veja vídeo acima)
De acordo com a psiquiatra Kátia Petribu, do Hospital Oswaldo Cruz, é importante saber diferenciar tristeza e depressão. “Todos nós podemos ficar tristes, mas isso não causa comprometimento. Na depressão, os pacientes têm humor depressivo, desânimo e dificuldade de realizar a maioria de suas atividades”, afirma.
Segundo a médica, a doença pode levar ao afastamento de um funcionário do posto de trabalho. “Estima-se que uma pessoa com depressão falte até 91 dias no ano. A doença também pode levar a demissões e muitas vezes não é diagnosticada”, alega a psiquiatra.
Muitas pessoas que sofrem de ansiedade ou depressão não falam sobre o que sentem com medo do julgamento das outras pessoas — Foto: Reprodução/RPC
A rotina cansativa e as metas difíceis de cumprir no ambiente corporativo são fatores que, de acordo com Kátia, podem agravar a depressão.
“No Recife, temos uma realidade de trânsito caótico, de ônibus caóticos, de pessoas que levam duas a três horas para chegar ao trabalho. E lá, a exigência de produção e as metas que muitas vezes são difíceis de serem cumpridas também são fatores ruins”, alega.
'Time da felicidade'
Diante dessa realidade, a consultora de gestão Luciana Glasner explica que é possível buscar a melhora no ambiente de trabalho através da prioridade dada à felicidade, ao invés da produção. Criadora do conceito de "time da felicidade", ela afirma que as equipes podem trabalhar com mais motivação caso os funcionários e gestores trabalhem em prol de um propósito maior do que os pessoais.
“Hoje em dia, existem muitos estudos onde as práticas que trazem a consciência corporal, como ioga e meditação, trazem essa sensação de bem-estar. Há algumas técnicas que buscam fazer com que a pessoa perceba como pode se conectar com o outro e como ser mais feliz”, afirma.
A consultora também acredita que, atualmente, é importante fazer amizades no ambiente de trabalho.
“Acho que a frase ‘não estou aqui para fazer amigos, estou aqui para trabalhar’ não existe mais. Não estamos no ambiente de trabalho só para pagar contas”, diz.
Em caso de funcionários que não estejam bem e comprometendo o trabalho de outros colaboradores, é preciso que a empresa tenha atenção. “O gestor precisa se perguntar o que pode fazer para melhorar o bem-estar desse funcionário”, alerta.
Por Clarissa Góes e Pedro Lins, TV Globo
Pernambuco
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