O SBT exibiu na noite deste domingo (28/04) a 61ª edição do "Troféu Imprensa". Comandada, como sempre, por Silvio Santos, a premiação contou com Sônia Abrão ("A Tarde é Sua" - Rede TV!), Nelson Rubens ("TV Fama" - Rede TV!), Flávio Ricco (Portal Uol e Diário de São Paulo), Ricardo Feltrin (Portal Uol), Keila Gimenez (R7), Daniel Castro (Portal Uol), Marcelo Bartolomei (Revista Caras e Contigo), Léo Dias ("Fofocalizando") e uma novidade: Maurício Stycer (Portal Uol).
O maior absurdo segue sendo a escolha dos três finalistas para o juri selecionar o vencedor. Todos definidos por votação popular (através do site do SBT e pelo Portal MSN) e isso resulta em situações inacreditáveis. Para culminar, o esquema de selecionar apenas a metade da bancada para escolher o vencedor em cada rodada é equivocado demais. Porém, os responsáveis pela longeva premiação não se importam com nada e dificilmente algo irá mudar.
Um dos completos despautérios da atual edição foi o trio finalista na categoria Melhor Atriz: Adriana Esteves ("Segundo Sol"), Marina Ruy Barbosa ("Deus Salve o Rei") e Sophia Valverde ("As Aventuras de Poliana"). Primeiramente, não há qualquer lógica em uma criança estreante disputar com duas atrizes bem mais experientes. E esse tipo de situação vem se repetindo há anos. A categoria Ator/Atriz Infantil nunca foi criada. A menina está ótima na trama do SBT, mas para concorrer com as colegas, não. Óbvio.
Já a seleção dos finalistas ser de total escolha do público acaba resultando no "fandom" mais dedicado. Ou seja, os adolescentes que votam mais conseguem colocar seu respectivo ídolo ou ídola entre os três.
Adriana Esteves
E no caso de Marina também há uma injustiça. A atriz é talentosa e já se destacou muitas vezes, mas a mocinha Amália passou longe de presenteá-la com cenas memoráveis. Ainda mais levando em conta as intérpretes ignoradas. Cadê Marieta Severo (Sophia em "O Outro Lado do Paraíso"), Agatha Moreira (Ema em "Orgulho e Paixão"), Fernanda Montenegro (Mercedes em "O Outro Lado do Paraíso"), Bianca Bin ("O Outro Lado do Paraíso"), Gabriela Duarte ("Orgulho e Paixão"), entre tantas mais? E, obviamente, entre as indicadas, a vencedora não poderia ser outra além de Adriana Esteves, que deu show como Laureta, mesmo em uma novela repleta de erros.
A categoria Melhor Ator, ao menos, se mostrou mais equilibrada. Isso porque, vale ressaltar, os três intérpretes que se destacaram possuem "fandons" grandes. Teoricamente, um golpe de 'sorte'. Pois mesmo se fossem péssimos atores provavelmente estariam como finalistas da mesma forma. Ainda bem que não são. Vladimir Brichta esteve muito bem na pele do malandro Remy, em "Segundo Sol"; Chay Suede viveu seu melhor momento na carreira com o marrento Ícaro ("Segundo Sol") e Nicolas Prattes angariou merecidos elogios quando segurou com talento o posto de mocinho de "O Tempo Não Para" com o correto Samuca. Chay foi o vencedor e fez por merecer.
Já a categoria Melhor Novela falhou gravemente com o esquecimento da primorosa "Orgulho e Paixão", o melhor folhetim de 2018. A história de Marcos Berstein foi redonda, repleta de ótimos personagens, lindos casais, ousados musicais e atores talentosos. Deveria ter entrado no lugar de "Segundo Sol", que foi o pior trabalho de João Emanuel Carneiro. A novela foi duramente criticada e não deu a audiência esperada. "As Aventuras de Poliana" foi outra concorrente e a produção do SBT realmente é uma graça. A terceira finalista foi "O Outro Lado do Paraíso", que foi a escolhida pelo juri como melhor. Entre as três, é fato que o fenômeno de Walcyr Carrasco mereceu o troféu. Parte da crítica desaprovou o folhetim, mas o público abraçou o enredo que caiu na boca dos telespectadores e ainda empatou em audiência na média geral com o sucesso "Avenida Brasil", de 2012. A vingança da mocinha Clara Tavares (Bianca Bin) até hoje é lembrada, assim como a icônica frase "Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta".
Sérgio Guizé e Isabella Santoni esbanjaram simpatia no palco quando foram receber seus respectivos troféus de anos anteriores. Ele foi pegar o troféu Internet e o Imprensa como Melhor Ator pelo seu elogiado desempenho como Candinho, protagonista do fenômeno “Êta Mundo Bom!”, de 2016. Já ela foi levar sua estatueta dada pelos jornalistas por conta de seu surpreendente desempenho na pele da marrenta Karina, em “Malhação Sonhos”, exibida em 2014. Foi eleita na época maior Revelação. Roberto Cabrini, do “Conexão de Repórter”, Carlos Alberto de Nóbrega”, de “A Praça é Nossa”, Eliana, Danilo Gentili (e seus colegas do “The Noite”) e Silvia Abravanel foram outros que marcaram presença no evento para o recebimento de troféus de anos anteriores. Silvia, inclusive lamentou a extinção da categoria de Melhor Programa Infantil por causa da falta de concorrentes. E realmente a categoria já deveria ter sido extinta há anos. Tanto que só o famigerado “Bom Dia e Cia” ganhava justamente pela ausência de outras opções viáveis. Aliás, Rebeca Abravanel, outra filha de Silvio, ganhou o troféu de Revelação. Disputou com Igor Jansen (“As Aventuras de Poliana”) e a banda Melim ---- outra categoria bagunçada, onde criança disputa com adulto e até grupo musical.
Marília Mendonça, Anitta e Iza concorreram como Melhor Cantora. Com todo respeito ao trabalho de Anitta, sua vitória foi injusta. Iza perder foi absurdo, ainda mais com Léo Dias sendo escolhido como votante, sendo que o jornalista escreveu recentemente uma biografia da cantora e fez até bastante propaganda do livro durante o evento. Sandra Annenberg (“Jornal Hoje”) ganhou como Melhor Apresentadora de Telejornal e disputou com Raquel Sherazade (“SBT Brasil”) e “William Bonner (“Jornal Nacional”). “Lady Night” e “The Noite” empataram com dois votos cada e ambos levaram a categoria de Melhor Programa de Entrevista. Melhor Programa de Auditório e Melhor Animador já viraram categorias destinadas a Silvio Santos, pois é impossível o maior animador do país perder, assim como o “Programa Silvio Santos” diante das demais opções disponíveis (no caso “Caldeirão do Huck” e “Hora do Faro”).
“Conexão Repórter”, do SBT, levou como Melhor Programa e disputou com “Fantástico” e “Domingo Espetacular”. Já na categoria Humor, surpreendentemente o “Zorra” levou a melhor em cima do sempre favorito (por razões óbvias) “A Praça é Nossa” e a nova versão da “Escolinha do Professor Raimundo”. Mas a ausência do sempre ótimo “Tá no Ar” segue inexplicável ---- fruto mais uma vez do equívoco da seleção ser de responsabilidade de quem vota no site e não do juri. Luan Santana foi eleito melhor cantor --- disputou com Gustavo Lima e Thiago Araújo ---- e Simone e Simaria faturaram como Melhor Dupla Sertaneja (disputando com Thaeme e Thiago e Zé Neto e Cristiano), uma categoria criada recentemente sem o menor propósito.
O “Troféu Imprensa” segue com seus métodos questionáveis e enquanto não houver uma preocupação da direção da premiação em diminuir o poder dos “fandons” da internet na hora da seleção dos três finalistas de cada categoria, e também organizar melhor a ‘’lógica’’ do trio em questão, nada vai mudar. Todo ano essa constatação final é feita aqui neste blog e provavelmente em 2020 isso se repetirá.
domingo, 28 de abril de 2019
De Olho nos Detalhes
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