10 novelas que limparam os cofres das emissoras
Thell de Castro
Somos Todos Irmãos

Ainda nos primórdios da televisão brasileira, a Record colocou no ar a novela Somos Todos Irmãos, que não foi bem na audiência e acabou sendo retirada do ar pela emissora com pouco mais de um mês de exibição.Pouco tempo depois, o canal desistiu da teledramaturgia e enveredou para programas musicais e humorísticos que fizeram muito sucesso, além dos grandes festivais que marcaram época.
Renúncia

Em 1982, a Band tentou adaptar para a televisão o livro campeão de vendas do médium Chico Xavier. No elenco, nomes como Fúlvio Stefanini, Berta Zemel, Geórgia Gomide, Laura Cardoso e Elias Gleizer, entre outros nomes conhecidos. A emissora gastou bastante com cenários e guarda-roupa. Mas tudo foi em vão: o Ibope não veio, apenas 12 capítulos foram exibidos e a Band aproveitou a entrada do horário eleitoral gratuito para tirar a novela do ar.
Brasileiras e Brasileiros

Empolgado com resultados em programas de auditório e humorísticos, Silvio Santos resolveu bater de frente com a Globo na teledramaturgia. O resultado foi desastroso, gerando um enorme rombo nos cofres do SBT. Brasileiras e Brasileiros tinha nomes como Edson Celulari, Lucélia Santos, Rubens de Falco, Ney Latorraca, entre outros, mas não chamou a atenção do público, acostumado aos dramalhões mexicanos costumeiramente exibidos.Além dos altos gastos, os anunciantes fugiram. Para se ter uma ideia, a novela, foi exibida às 17h45, 18h, 18h30, 19h e 20h. Não tinha como dar certo.
Amazônia

Depois do sucesso de Pantanal e da regularidade de A História de Ana Raio e Zé Trovão, a Manchete resolveu abrir os cofres e gastou o que não tinha para fazer Amazônia, com Cristiana Oliveira e Marcos Palmeira nos papeis principais. A confusa trama se passava em duas épocas simultaneamente, afugentando o público. A partir do capítulo 43, mudou tudo, ficando somente a trama histórica, em Amazônia, Parte 2. Não adiantou e a novela ficou marcada como um dos maiores fiascos da história da televisão brasileira, contribuindo para o agravamento da eterna crise financeira da emissora da família Bloch.
Antônio Alves, Taxista

Em 1996, o SBT inventou de fazer uma parceria com uma produtora chamada Ronda Studios e gravar uma novela na Argentina. Assim nasceu Antônio Alves, Taxista, com Fábio Jr. no papel principal e gastos superiores a US$ 6 milhões. Sônia Braga ia participar da história, mas acabou se desentendendo com o canal. O público ficou insatisfeito com o texto ruim e as cenas sofríveis e até Silvio Santos ficou irritado. No final das contas, a novela, que era exibida em dois horários, acabou ficando em apenas um, perdeu 30 minutos e não deixou saudade.
Brida

Tentativa da Manchete de se reerguer, Brida foi a pá de cal na emissora, que fechou as portas menos de um ano depois de sua estreia. A trama, baseada no best-seller de Paulo Coelho, custou caro para o canal, que gravou cenas até na Irlanda. Para “ajudar”, a Manchete fez uma aposta arriscada e fechou um acordo com os patrocinadores, que pagariam somente se a novela alcançasse cinco pontos no Ibope – a expectativa era de 10.Resultado: mal chegava a dois pontos, ficando sem qualquer verba publicitária. Brida foi retirada abruptamente do ar, com o locutor oficial da emissora narrando como seria o final dos personagens.
Metamorphoses

A Record resolveu voltar a produzir novelas em grande estilo, fazendo um enorme investimento, inclusive gravando em alta definição quando ninguém ainda falava nisso. Fechou uma parceria com a produtora Casablanca e inventou de estrear a produção num domingo. Depois de alguns dias com audiência satisfatória, o Ibope começou a despencar, ficando na casa dos dois a três pontos. Somente em divulgação, a Record gastou mais de R$ 1 milhão em outdoors e anúncios em jornais e revistas. No final das contas, Metamorphoses terminou com 20 capítulos a menos do que o previsto e um narrador contou como seria o destino de alguns personagens.
Paixões Proibidas

Animada com os resultados obtidos pela Record, a Band resolveu se arriscar novamente na teledramaturgia e coproduziu Paixões Proibidas com a RTP, de Portugal. Com nomes conhecidos e cenas de sexo e violência, a trama não deslanchou, lutando para alcançar pífios dois pontos no Ibope. Resultado: foi jogada das 22h para 17h30 e gerou um enorme prejuízo financeiro para o canal do Morumbi.
Máscaras

Novela de Lauro César Muniz, Máscaras era uma grande aposta da Record – chegaram a falar em expectativa de 20 pontos de audiência. Mas, na realidade, acabou praticamente enterrando o departamento de teledramaturgia da emissora, que passou, depois disso, por grandes reformulações.
A trama, que teria 220 capítulos, terminou 116 escritos e 125 exibidos. Houve troca de diretor e reclamações de artistas do elenco, entre outros problemas. No final das contas, prejuízo financeiro e apenas seis pontos de média no Ibope.
Babilônia

Escolhida para ser a grande estrela da comemoração dos 50 anos da Rede Globo, Babilônia ganhou um elenco estelar, composto por Fernanda Montenegro, Glória Pires, Adriana Esteves, Camila Pitanga, Marcos Palmeira e muitos outros, e muito investimento em infraestrutura e divulgação. O resultado foi o oposto do esperado pela emissora.
A trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenez Braga foi rejeitada pelos telespectadores, sofreu uma campanha de políticos conservadores e líderes religiosos e viu a audiência escapar a cada dia, terminando como uma das menos assistidas da história da emissora – a produção das sete, I Love Paraisópolis, teve mais audiência em muitos dias.
TVHISTORIA
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