Milton Gonçalves
Milton Gonçalves morre aos 88 anos em consequências de AVC. Recorde carreira do ator
Atualizado 30 maio 2022 - 16h49 |
Publicado 30 maio 2022 - 16h10
Guilherme Guidorizzi
Redator
Escreve sobre novelas e entrevista o elenco para trazer as novidades dos próximos capítulos. Produz conteúdos sobre famosos e TV.
Milton Gonçalves
O ator Milton Gonçalves morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (30), em casa, por consequência de um AVC sofrido em 2020. Artista acumulou 40 trabalhos na TV em novelas como 'Sinhá Moça' (1986)
O ator Milton Gonçalves morreu aos 88 anos em casa, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (30) em decorrência de consequências de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) sofrido em 2020, que o levou a ficar três meses no hospital.
O artista acumulou ao longo da carreira mais de 40 trabalhos na televisão.
O último papel de Milton foi na série "Filhas de Eva" (2021).
Milton chegou à Globo em 1965, ano de inauguração do canal, com quatro produções, incluindo
"Rua da Matriz" e "A Moreninha".
Uma década mais tarde deu vida ao padre Honório em "Roque Santeiro", versão que nunca foi ao ar, sendo proibida pela censura.
O artista passou ainda pelo cinema e teatro.
Milton Gonçalves nasceu em 9 de dezembro de 1933 em Monte Santo de Minas e também foi produtor, dublador, diretor e cantor.
Em 2006, foi indicado ao Emmy Internacional pelo Pai José do remake de "Sinhá Moça", papel que já havia interpretado em 1986 na primeira versão da novela.
O ator será velado no Theatro Municipal do Rio.
Milton, que era viúvo, deixa três filhos e dois netos.
Atualmente ele pode ser visto nas reprises de "A Favorita" e "Pão Pão Beijo Beijo".
Recorde papéis marcantes de Milton Gonçalves
Foi após assistir a peça "A Mão do Macaco" que Milton, então um gráfico e alfaiate, optou por ingressar no teatro amador. Militante do movimento negro, décadas depois, em 1994, foi candidato ao governo do Rio. No último carnaval, recebeu uma homenagem da escola de samba Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
A chegada de Milton à TV foi em
"O Vigilante Rodoviário" (1961) na TV Tupi. Já a Globo, em 1969, interpretou o Hasan de Cabana do pai Tomás'.
Um ano depois dirigiu e atuou na primeira versão de
"Irmãos Coragem".
Já em 1972 participou de "Vila Sésamo" e em 1973 de
"O Bem-Amado!".
O ator esteve ainda nas primeiras versões de "Gabriela" (como o Filó),
"Pecado Capital" - ambas em 1975 -, e
"Escrava Isaura" (1976).
Na década de 1980 foi o Tião de
"Cambalacho" (1986) e o Damasceno de
"Fera Radical" (1988).
Deu vida ao Batista de "Felicidade" (1991), ao Eusébio de "Agosto" (1993) e ao Jovildo de "Decadência" (1995). Milton também esteve no elenco de episódios do "Caso Verdade" e "Você Decide" além de várias outras produções e especiais, como "Chico e Amigos".
Na década de 2000 integrou o elenco do "Zorra Total"
e participou de novelas como
"Cobras & Lagartos" (2006). Entre outras novelas destaque para o Afonso de
"Lado a Lado" (2012), o Cristóvão de "Pega Pega" (2017) e o Eliseu de
"O Tempo Não Para" (2018). Em 2019 viveu o Orlando no especial
"Juntos a Magia Acontece".
O ator esteve em cerca de 89 filmes
Além de mais de 30 peças no teatro como
"Orfeu da Conceição" e
""Lima Barreto Ao Terceiro Dia"
e cerca de 15 prêmios (como o do Festival de Gramado) esteve em quase 80 filmes.
Destaque para "Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera" (1966),
"Macunaíma" (1969),
"Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia" (1977),
"Eles Não Usam Black-Tie" (1981) e
"O Beijo da Mulher Aranha" (1985).
Atuou ainda em "O Que É Isso, Companheiro?" (1997),
"Orfeu" (1999),
"Carandiru" (2003) e
"Assalto ao Banco Central" (2011).
PUREPEPLE.COM.BR
Flávia Oliveira
(Artigo para @jornaloglobo)
“Seu Milton Gonçalves está no panteão dos negros pioneiros no teatro, no cinema, na televisão do Brasil. No orun, sentará ao lado de Abdias Nascimento, Ruth de Souza, Chica Xavier. Abriu caminho para gerações de artistas que hoje brilham, dos 8 aos 80 anos. Seu corpo negro e sua voz marcante contaram a história da cultura, da cidadania e também na política num país, até hoje, profundamente racista e desigual.
“Quase 50 anos depois, é comovente lembrá-lo como o Zelão das Asas, de “O bem amado”. Ele queria voar. Voou tão alto, que será lembrado pela altura que alcançou. E pelos sonhos que plantou no coração de tantas crianças e jovens brasileiros, a começar pela própria filha. Numa entrevista ao “Vídeo Show”, lembrou ontem o site GShow, Alda Gonçalves disse que, aos 5 anos, achava que poderia voar como o pai.
“Seu Milton habilitou gerações ao voo metafórico do sonhar grande, de exercer um ofício, de prosperar com arte. Em quase nove décadas de vida, não se deixou confinar nos papéis de escravizados nem de trabalhadores subalternizados. Foi advogado, político. Foi Papai Noel, a figura mítico-comercial monotonamente representada como um idoso branco.
“Referência nas artes, com dezenas de peças, filmes e novelas, foi ativista corajoso pela inclusão dos negros, pela democracia. Participou intensamente da campanha pelas Diretas Já, em 1984. Subiu em palanques para derrotar a ditadura militar: “Eu tinha inveja da Revolução Francesa, Revolução Soviética. De repente, as Diretas Já vieram suprir essa falta de emoção. Aqueles mais jovens, com menos de 25 anos, não imaginam como foi a movimentação deste país em busca de democracia e liberdade”, declarou em sessão na Câmara dos Deputados, em 2014.
“Seu Milton foi candidato pelo PMDB ao governo do Rio de Janeiro, 1994. A vida toda cobrou representatividade étnico-racial nos espaços de poder político: “No dia que nós tivermos um presidente negro, aí eu vou dizer: nós batalhamos”. Despediu-se sem ver o sonho materializado, mas deixou herdeiros na vida e na arte, que seguirão lutando. À nossa referência, gratidão.”
Cultura/TV
Lázaro Ramos: 'O Brasil hoje tem que aplaudir muito seu Milton Gonçalves'
Em depoimento enviado ao GLOBO, o ator e diretor agradeceu e exaltou a importância de Milton Gonçalves ao abrir portas a novos atores
Por O Globo — Rio de Janeiro
30/05/2022 18h10 Atualizado há 2 dias
Lázaro Ramos e Milton Gonçalves em "Insensato coração" — Foto: Fabrício Mota
O ator e diretor Lázaro Ramos mantinha uma relação próxima com Milton Gonçalves, de admiração e carinho. Os dois contracenaram diversas vezes, Em sua conta no Twitter, Lázaro Ramos afirmou que "choro com sua partida. E agradeço imensamente todos os caminhos que o senhor abriu pra nós".
Em depoimento enviado ao GLOBO, o ator e diretor agradeceu e exaltou a importância de Milton Gonçalves ao abrir portas a novos atores:
— Uma partida triste. Eu agradeço imensamente por todos os caminhos que ele abriu para nós. Me sinto privilegiado por ter o assistido em cena e me sinto honrado por termos nos encontrado tantas vezes no trabalho como filho, como sogro e como mestre nas artes. Agradeço ainda por ele ter sido inspiração e pelo seu pioneirismo. O Brasil hoje tem que aplaudir muito seu Milton Gonçalves.
Lázaro Ramos e Milton Gonçalves em "Lado a Lado" — Foto: Raphael Dias
Milton Gonçalves convivia com sequelas desde que sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico, em 2020. Na época, o ator ficou três meses internado. Durante o processo de recuperação, o artista ficou com a voz mais baixa que o normal e passou a andar apenas de cadeira de rodas, pois sentia dificuldades na perna esquerda. Devido a recuperação mais lenta, por conta da idade, o ator acabou ficando de fora da segunda temporada do especial de Natal "Juntos a magia acontece", da Globo.
Milton Gonçalves morreu nesta segunda-feira, dia 30, por volta de 12h30, como informaram os familiares ao G1. Ele estava em casa. O velório do ator acontece esta terça, a partir das 9h, no Theatro Municipal do Rio.
TVGlobo.Globo.com
Televisão
Morre o ator Milton Gonçalves, aos 88 anos, no Rio de Janeiro
A família disse ao G1 que ele morreu em casa por volta de 12h30, por consequências de um acidente vascular cerebral (AVC)
Juliana Barbosa
30/05/2022 15:27,atualizado 30/05/2022 15:52
Divulgação/ Globo
Morreu, nesta segunda-feira (30/5), o ator Milton Gonçalves aos 88 anos, no Rio de Janeiro. O ator faleceu, segundo informações dos familiares, às 12h30, em casa, por comsequên cia de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido há quase dois anos.
Milton Gonçalves teve o AVC em fevereiro de 2020, quando participava de uma feijoada na quadra da escola de samba Salgueiro, na Tijuca (RJ). O ator passou três meses no hospital. Em janeiro deste ano, Catarina Gonçalves, filha do ator, contou ao jornal O Globo que ele fazia sessões diárias de fisioterapia e fonoaudiologia.
O ator também teve importante militância política. Simpatizante do Partido Comunista Brasileiro na juventude, chegou a se candidatar ao governo do Estado do Rio de Janeiro em 1994 pelo PMDBAcervo/Globo
Milton Gonçalves morreu aos 88 anos de idade, no Rio de JaneiroDivulgação/ Globo
O ator faleceu, segundo informações dos familiares, às 12h30, em casa, por consequências de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido há quase dois anosDivulgação/TV Globo
Milton Gonçalves teve o AVC em fevereiro de 2020, quando participava de uma feijoada na quadra da escola de samba Salgueiro, na Tijuca (RJ). O ator passou três meses no hospital. Em janeiro deste ano, Catarina Gonçalves, filha do ator, contou ao jornal O Globo que ele fazia sessões diárias de fisioterapia e fonoaudiologiaAcervo/Globo
Milton Gonçalves nasceu em 9 de dezembro de 1933, em Monte Santos, Minas Gerais.Fabio Cotta/Globo
Ele fez teatro infantil e amador e estreou profissionalmente em 1957. Deixou o grupo em 1958 e, junto com Célia Biar e Milton Carneiro, fez parte do primeiro elenco de atores da GloboAcervo/Globo
Na Globo, Milton fez mais de 40 novelas, atuou em programas humorísticos e minisséries Acervo/Globo
Se destacam trabalhos como Irmãos Coragem, A Grande Família, Escrava Isaura, Carga Pesada, Caso VerdadeAcervo/Globo
Além disso, ele foi o primeiro brasileiro a apresentar um prêmio no Emmy internacional. Na cerimônia de 2006, esteve ao lado da atriz americana Susan Sarandon para anunciar o vencedor de Melhor Programa Infantojuvenil Acervo/Globo
O ator também teve importante militância política. Simpatizante do Partido Comunista Brasileiro na juventude, chegou a se candidatar ao governo do Estado do Rio de Janeiro em 1994 pelo PMDBAcervo/Globo
Milton Gonçalves morreu aos 88 anos de idade, no Rio de JaneiroDivulgação/ Globo
“Meu pai passou três meses no hospital, traqueostomizado o tempo todo. Isso afetou bastante a voz, que está bem baixinha. Agora ele está bem, em casa, tranquilo. É uma recuperação chatinha por causa da idade. Ele não tem andado, só na cadeira de rodas, porque também ficou com sequela na perna esquerda. Mas a gente passeia bastante com ele de carro, leva para ver a praia. Ele sempre pede para tomar uma cervejinha. Também adora café e doce. Essas besteirinhas que não pode comer. Mas é um danadinho”, disse ela.
Trajetória
Milton Gonçalves nasceu em 9 de dezembro de 1933, em Monte Santos, Minas Gerais. Ele fez mais de 40 novelas na Globo, além de atuar em programas humorísticos e minisséries de sucesso.
Se destacam trabalhos como Irmãos Coragem, A Grande Família, Escrava Isaura, Carga Pesada, Caso Verdade e mais.
“Tenho esperança e fé de que vou poder contribuir ética e culturalmente; tenho certeza que vou”, disse Milton Gonçalves ao projeto Memória Globo.
O último trabalho de Gonçalves na Globo foi O Tempo Não Para, em 2018, quando ele interpretou o catador de material reciclável Eliseu.
por taboola conteudo patrocinado.
Luto nas artes | Morreu nesta segunda-feira, dia 30, o ator Milton Gonçalves, no Rio de Janeiro. Ele tinha 88 anos e, segundo a família, morreu por consequências de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que teve um AVC, em 2020.
Na época em que sofreu o AVC, Milton ficou três meses internado. Durante o processo de recuperação, o artista ficou com a voz mais baixa que o normal e passou a andar apenas de cadeira de rodas, pois sentia dificuldades na perna esquerda. Em 2022, MIlton foi homenageado no Carnaval do Rio, sendo enredo da Acadêmicos de Santa Cruz, agremiação da Série Ouro.
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