quarta-feira, 8 de junho de 2022

Olhe Suas Mãos










Tu nunca voltarás a ver tuas mãos da mesma maneira..., com noventa e tantos anos, sentado debilmente no banco do jardim, não se movia. 

Estava cabisbaixo, olhando suas mãos. 

Quando me sentei ao seu lado, nem notou minha presença. 

E o tempo passava... Sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava, perguntei- lhe como se sentia.

Levantou sua cabeça, me olhou e sorriu: “Estou bem, obrigado por perguntar”, disse, com uma voz alta e clara. 

Expliquei-lhe que não queria incomodá-lo, mas queria ter certeza de que estava bem, já que estava sentado, imóvel, simplesmente, olhando para suas mãos.

Meu avô me perguntou: “Alguma vez já olhaste suas mãos? Quero dizer, realmente já olhou para elas?”

Lentamente soltei minhas mãos das do meu avô, abri-as e contemplei-as. 

Vi rei as palmas para cima e para baixo. 

Não creio que realmente nunca as tenha observado. 

Só queria saber o que meu avô queira dizer-me.

Ele sorriu e me disse: “ Pare e pense um momento sobre como tuas mãos tem te servido ao longo dos anos. 

Estas mãos, ainda que enrugadas, secas e débeis têm sido as ferramentas que usei toda a minha vida, para alcançar, pegar e envolver.”

Elas puseram comida em minha boca e roupa em meu corpo.

Quando criança, minha mãe me ensinou a juntá-las em oração. 

Elas amarraram os cadarços dos meus sapatos e me ajudaram a calçar as minhas botas. 

Estiveram sujas, esfoladas, ásperas, entrelaçadas e dobradas.

Foram decoradas com uma aliança e mostraram ao mundo que estava casado e que amava alguém muito especial. 

Foram inábeis quando tentei embalar minha filha recém nascida. 

Elas tremeram quando enterrei meus pais e esposa, e quando entrei na igreja com minha filha no dia de seu casamento.

Elas têm coberto meu rosto, penteado meu cabelo e lavado e limpado todo o meu corpo. 

E até hoje, quando quase nada de mim funciona bem, estas mãos me ajudam a levantar e a sentar e ainda se juntam para orar. 

Estas mãos têm as marcas de onde estive e a dureza de minha vida.

Mas, o mais importante, é que são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando me levar à Sua presença!

Desde lá, nunca mais olhei as minhas mãos da mesma maneira. 

Mas lembro-me quando Deus esticou suas mãos e tomou as de meu avô e o levou à Sua presença. 

Na verdade, nossas mãos são uma bênção. 

Cada vez que uso minhas mãos lembro-me do meu avô, e me pergunto: “Estou fazendo bom uso das minhas mãos?”

E sempre que minha consciência responde que “estou usando minhas mãos para praticar o bem, para trabalhar honestamente, que as estou usando para dar carinho e amparo a quem necessita”, sinto-me em paz… 

E agradeço ao Criador por tamanha bênção, esperando que Ele estenda Suas mãos para que, também eu, um dia, possa nelas repousar!”
Jornalevolução.com.br

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