5,8% da população brasileira sofre de depressão, segundo a OMS; descubra quais são os tipos de depressão
Por André Nicolauy em parceria com João Gabriel Braga
(Médico - CRMGO 28223)
03/11/2024 06:00 / Atualizado em 16/11/2024 00:30
Brasil tem maior a taxa de pessoas com o transtorno entre os países da América Latina. Saiba quais são os tipos de depressão – TLFurrer/Depositphotos - TLFurrer/Depositphotos
Muitos não sabem que a depressão pode se manifestar de formas distintas, e cabe ao psiquiatra identificar com precisão os tipos de depressão que cada paciente pode enfrentar. Essa avaliação é crucial para personalizar o tratamento e garantir melhores resultados.
Cada tipo de depressão exige uma abordagem específica, especialmente em relação aos antidepressivos, cuja dosagem e duração do uso devem ser ajustadas conforme a necessidade do paciente.
Na fase inicial, o tratamento pode ser mais intensivo, enquanto na fase de manutenção, ele costuma ser ajustado para prevenção. Além disso, alguns casos requerem uma combinação de medicamentos com psicoterapia , uma ferramenta essencial para o processo de recuperação.
Saiba quais são os 6 tipos de depressão:
Transtorno Depressivo Maior:
Este é o tipo mais conhecido, que abrange sintomas como tristeza persistente, sentimentos de culpa, alterações no sono e apetite, cansaço extremo, irritabilidade, vazio e até pensamentos suicidas. Ele também pode causar sintomas físicos e prejudicar a capacidade de concentração e decisão.
Depressão Psicótica:
Esse tipo de depressão é particularmente grave, pois inclui sintomas depressivos comuns, mas com a adição de delírios e alucinações, criando uma ruptura com a realidade que pode ser profundamente debilitante.
Depressão Reativa:
Também chamada de depressão situacional, esse tipo surge em resposta a eventos específicos, como a perda de um ente querido, divórcio ou perda do emprego. Diferente da depressão maior, ela é motivada por fatores externos claramente identificáveis.
Depressão Pós-parto:
Afetando cerca de 25% das mães no Brasil entre 6 a 18 meses após o parto, essa condição é mais duradoura e intensa que o “baby blues”. É causada por uma combinação de fatores hormonais, emocionais e do cotidiano e pode prejudicar a capacidade da mãe de cuidar de si mesma e do bebê.
Depressão Bipolar:
Associada ao transtorno bipolar, essa forma alterna episódios depressivos e maníacos ou hipomaníacos. No Brasil, estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas convivam com o transtorno bipolar, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Distimia:
Também conhecida como depressão persistente, a distimia é menos intensa que o transtorno depressivo maior, mas é crônica e dura pelo menos dois anos. Os sintomas são mais leves, mas o desânimo e o cansaço se fazem presentes na maioria dos dias.
Tratamento e perspectiva de cura
O tratamento da condição geralmente combina medicação e psicoterapia de acordo com os tipos de depressão. A escolha do antidepressivo e da estratégia terapêutica é personalizada, considerando o tipo de depressão, histórico familiar e outras condições de saúde. Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 90-95% dos pacientes alcançam remissão total com tratamento adequado.
Com o suporte correto, uma combinação de medicação, psicoterapia e práticas de autocuidado, muitos pacientes conseguem retomar uma boa qualidade de vida.
A adesão ao tratamento e uma rede de apoio são fundamentais, permitindo uma gestão eficaz da condição e períodos prolongados de remissão. Para alguns, a depressão pode ser uma condição recorrente, mas com estratégias de prevenção e vigilância contínua, é possível viver bem e manter uma vida equilibrada.
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