quarta-feira, 23 de março de 2011

Testamento De Um Cão


É comovente o texto de um ouvinte da Rádio Gaúcha, Renato Magrosld, "traduzindo" o testamento de um cachorro. Trnscrevo-o abaixo, depois de ter navegado no "site" da emissora.

Meus pertences são poucos:

Uma coleira mastigada,uma caminha desajeitada e uma vasilha d'água rachada.Deixo tudo para você.

Deixo também uma bola de borracha pela metade, um ratinho de plástico sem apito, uma boneca rasgada e um monte de ossos enterrados no jardim.

Também deixo para você a lembrança de dois imensos e meigos olhos marrons, de uma cauda espetada que não parava de balançar e de um focinho molhado.

Deixo para você uma mancha no tabuão da sala, no meu lugar preferido para passar as tardes de sol dormindo enrolado.

Deixo um tapete rasgado, que nunca foi consertado com a linha certa. Aquele que eu destruí quando tinha cinco meses, lembra?

Deixo para você também a memória do barulho alegre que eu fazia sempre que alguém da casa pegava a guia e me levava a passear.

Deixo -lhe como herança a minha devoção, a minha simpatia, o meu apoio incondicional em todas as situações, o meu latido e minhas orelhas caídas quando ralhavam comigo.

Nunca disse uma palavra na vida, mas deixo para você meu exemplo de amor, paciência e compreensão.

Sei que sua vida foi mais alegre porque estive ao seu lado!

Carlos Aranha

Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição de domingo 18/11/2007
Coluna Essas coisas

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