Arc, o marciano, foi ao Rio de Janeiro assistir à passagem do ano velho para o ano novo.
Meteu-se em Copacabana no meio da multidão vestido de branco, feliz e encharcado com a chuva, e ficou muito mais fascinado com as pessoas do que com os fogos de artifícios.
Arc viu gente jogando no mar barquinhos com presentes, garrafas mensagens, flores e mais flores, palmas brancas e rosas vermelhas, e quis entender o significado de tudo isso.
- São pedidos que as pessoas fazem à rainha do mar, Arc.
- E ela atende?
- Não sei, mas elas voltam todos os anos, logo...
- Logo, o quê? Pode ser que voltem porque não receberam nada no ano anterior, e querem pedir de novo.
- Pode ser, mas você também não sabe se os pedidos são atendidos ou não.
- Por que é preciso esperar um ano para fazer um novo pedido?
- É a tradição. À meia-noite do ano novo as pessoas vão às praias para fazer seus pedidos.
- E se o pedido for urgente?
- Olhe aqui, ô marciano, se o pedido for urgente, a pessoa se vira, tá bem?
- Continuo sem entender: por que um ano? Que tal feliz semestre novo, feliz mês novo, feliz dia novo? Daria para atender mais gente, e mais depressa. Seria lindo: fogos de artifício todo dia, até nos dias sem chuva...
(Arc é marciano e invisível e vem regularmnete à Terra, inclusive ao Brasil, para ver se vale a pena Marte investir aqui. Por enquanto, ele está achando que não dá...)Thomaz Souto Correia - autorPublicado na revista Veja
Teagá - jornalista
Julio Cesar de Barros - editor
www.veja.com.br
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Arc - O Ano Novo
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