Contos ou crônicas? Pouco importa rotulá-los. O que Onélia Queiroga conta/escreve, com a segurança normativa de quem domina a arte de escrever, sem se descuidar do preciosismo linguístico, é um misto destes dois gêneros literários.
Aqui, neste seu mais recente trabalho literário, nos advém um misto daquilo que caracteriza a crônica - "gênero textual híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo" - e o conto - "narrativa pouco extensa, concisa, e que contém uma unidade dramática".
É por esses caminhos que se tem enveredado Onélia, misto de jurista e professora, e o tem feito muito bem. Não fugindo de sua visão graciosa dos fatos do dia-a-dia, prima por transformá-los, não poucas vezes, em contos, ora divertidos, ora curiosos, para deleite dos que os lêem.
Também, pudera! O mundo literário-cultural da autora passeia pela leitura dos nossos melhores autores, sendo admiradora inconteste do mestre do conto, Machado de Assis, além de seletivo gosto musical, vinculado às nossas raízes culturais.
As suas "estórias" tornam-se - e o leitor poderá comprovar com a sua leitura - atemporais e impessoais, servindo de reflexo para fatos que nos são comuns. O que os diferencia e tão-somente a maneira fluente e escorreita com que o faz.
Com certeza, é isso o que vemos no trabalho literário de Onélia. Torna-se ela - ou não se torna, porque já o é - mestra no dizer/contar as coisas mais simples, transformando-as em lições de profundidade existencial, para o nosso deleite artístico e espiritual.
Minha homenagem, em forma de admiração e reconhecimento, a ela que faz deste seu outro ofício - escritora consciente - uma maneira de tornarmo-nos mais conscientes do valor das coisas e fatos mais simples da vida: as experiências idas e vividas no nosso dia-a-dia.
Francelino Soares de Souza
Professor.
Histórias Orbícolas
Onélia Queiroga.
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