segunda-feira, 25 de abril de 2011

Onaldo Queiroga - Equação Viver Bem


um conto-uma crônica
Há um velho ditado que diz: Cada cabeça é um mundo. Por isso, se indaga: Quantos milhões de mundos existem neste planeta? Quantos povos com cultura e crenças religiosas próprias habitam a terra?

Este globo possui muitos moradores. Alguns residem no ilusório templo do materialismo, onde a equação viver bem pressupõe o vale-tudo, onde o céu, ou mesmo o inferno, é o limite. Pelo ter, eles esmagam os sentimentos, como a amizade, a solidariedade, a gratidão, a honestidade, a sinceridade e a dignidade. Com a banalização da corrupção, gradativamaente procuram impregnar o conceito de que o certo é ter um bom padrão de vida, economicamente falando, não importando qual o preço a ser pago.

Acreditam que ser feliz é ter um bom cargo, uma grande empresa, um carro novo importado, um enorme palácio olhando para um belo lago qualquer, visualizando uma serra verdejante ou alpes repletos de neve. Diante de tanto desvario, apresentam-se ao mundo vestido com manto da prepotência, da arrogância e da incredulidade. Beligerantes e nefastos, esquecem que ser solidário é cultivar Deus no seu íntimo.

Do outro lado, encontramos alguns poucos que ainda vislumbram o ser e enxergam o ter não como uma condicionante exclusiva para se alcançar a felicidade.A equação viver bem, para essas pessoas, é baseada em sentimentos e conceitos profundamente fincados na paz e no amor. O resultado são atos de solidaridade, revelando o íntimo da alma do coração desses espíritos elevados que sabem que o sentido da vida é fazer o bem, não importando a quem. Marcam sua efêmera passagem pelo planeta Terra, com condutas positivas, que proporcionam o bem-estar consigo mesmo, com seus semelhantes e com Deus.

No meio desses dois mundos, estão os desamparados que, diante da miséria material e muitas vezes espiritual, vivem escravizados por uma estrutura social brutalmente desumana. Esse quadro não se resolve apenas com ações governamentais. É necessário, antes de tudo, na chegada de mais um ano, renovar a esperança por um tempo de maior consciência da sociedade,no sentido de que só mudando o próprio homem teremos uma equação viver bem, justa e equânime.

Que as incertezas do ano novo dêem lugar a um mundo com menos guerra, fome, miséria e incredulidade. Devemos estender as mãos aos nossos irmãos. Voltados ao Senhor Deus, devemos renunciar à vaidade, ao despotismo e à luxúria. Busquemos construir um tempo mais fraterno, de modo que, ao invés de carabinas e olhares ameaçadores, possamos conduzir em nossas mãos e na retina do nosso globo ocular o branco das flores que vencem os canhões da insanidade do reino dos ímpios.

Onaldo Queiroga
Escritor e Juiz de Direito.

Esquinas da Vida.
Capítulo I - O Mundo sem Porteira
Tudo tem seu apogeu e seu declínio...
Página 29 e 30

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