segunda-feira, 25 de abril de 2011

Onaldo Queiroga - Poder


um conto-uma crônica
A palavra "poder" tem diversos significados. Mas aqui será usada no sentido do ato de dirigir e governar as ações de outrem, pela imposição da obediência; domínio exercido sobre coisas, pessoas ou, até mesmo, nações.

A história da humanidade está repleta de passagens que demonstram os efeitos nefastos, quando o poder foi exercido por pessoas despreparadas psicologicamente para suportar o ônus referente aos cargos que vieram a exercer. O certo é que o poder fascina e, algumas vezes, alucina. Aliás, há '''um ditado popular que diz: " Se você quer conhecer realmente uma pessoa, dê-lhe poder".

Nos remotos tempos dos romanos, o Imperador Nero ateou fogo na velha Roma e, contemplando as chamas, buscou inspiração para compor uma melodia insana. No início do século XX, o mundo viveu a Primeira Guerra Mundial, seguida por outra, ambas com capacidade de destruição. Muitas vidas foram cifadas, tudo em consequência do desvario daqueles que exerciam o poder.

Guerras e mais guerras foram deflagradas, muitas vezes hipocritamente, em nome da paz. Os imperialistas da atualidade comportam-se, como os de outrora, como se fossem deuses. Pobres mentes! Deus não destrói; constrói. Deus não transmite ódio; semeia amor e paz.O fato é que as guerras geram fortunas em favor daqueles que vivem da indústria armamentista. O homem continua a brincar de Deus, mas na verdade se comporta como um vírus destruidor. Muitos poderosos proclamam que agem em nome do amor, da fé, da esperança, da sinceridade e da amizade. No entanto, carregam muitas vezes, no peito e na mente, a ira camuflada dos pecados capitais, do egocentrismo, da inveja e da ganância insaciável e hipócrita do poder e do dinheiro.

Em consequência dessa "brincadeira" irracional, vemos sinais divinos, traduzidos em forma de catástrofes naturais de grande porte. São sinais que alertam a humanidade sobre esse comportamento desvairado e anormal. Exemplo disso é a invasão norte-americana ao Iraque, provocando o aniquilamento brutal daquele país. De outro lado, temos assistido, nos últimos tempos, a desastres naturais. Presenciamos terremotos, tornados e surgiram novas doenças, como a gripe asiática e a do frango, provocando danos que repercutiram com grandes perdas material e humana.

Ao invés de continuar a querer brincar de ser Deus, o homem deve entregar-se mais ao Ser Supremo. Deve praticar ações edificadoras, como a solidariedade, a paz e o amor ao próximo. Sentimos que a humanidade vive uma noite trágica de sua história. Porém, essa história ainda está sendo escrita, o que permite uma retomada do equilíbrio do homem com o seu próximo e com Deus. Mas, o risco reside no fato de que essa retomada encontra-se nas mãos desses inconsequentes, medíocres e pseudolíderes da humanidade.

O poeta Gordurinha interpetrou com maestria o momento que vivemos: "Meu Deus, por que é que nesta terra pedem paz e fazem a guerra e fazem guerra pela paz! Meu Deus, por que é que o homem age sempre em nome da coragem e apunhá-la só por trás!" Só nos resta, então, pedir: " Deus, lance sua bênção sobre a humanidade!"

Onaldo Queiroga.
Escritor e Juiz de Direito.

Monólogos do Meu Tempo.
Páginas 28, 29, 30 e 31.

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