segunda-feira, 25 de abril de 2011

Onaldo Queiroga - A Força Da Natureza


um conto-uma crônica
Na trajetória da vida, deparamo-nos com situações tristes e alegres; com momentos de derrotas e instantes de vitórias; com tempos de guerra e paz; de intranquilidade e sossego. Mas sempre haverá tempo para perseguir o sonho. Haverá o tempo de vivê-lo, usufruí-lo, deleitar-se com os louros da vitória.

No entanto, o importante é saber que, acima de tudo, a vida requer equilíbrio, serenidade e racionalidade para vivenciarmos o sonho. No rítmo da bipolaridade, os ventos que agora sopram em favor do sonho repentinamente podem mudar de rota e nos afastar dele, encaminhando-nos abruptamente para uma situação adversa. É nesse momento que devemos ter força, tranquilidade e fé para enfrentar a crise, vencer os obstáculos e buscar reencontrar a felicidade.

Nesse sentido psicografou Chico Xavier: " Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim; todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela! Novas folhas, novas flores, na indefinida bênção do recomeço!"

Aliás, Deus nos entregou a natureza para dela extrairmos os mais diversos ensinamentos. Inclusive, para nos nortear em termos comportamentais na caminhada da vida.

O Senhor nos concedeu a natureza, com sua abundância e escassez; sua serenidade e fúria; sua imperiosa, simples, bela e divina face. Permitiu, por exemplo, a alternância das marés. A alta, com suas ondas gigantes, imperiosas, correndo furiosamente em direção à areia da praia, nocauteando-a onda após onda, num gritar às vezes bravio, mas no mesmo instante soando a revolta, o desespero, a insatisfação e até clamando por socorro.

Mas, o mesmo mar - na hora da maré baixa, através da suavidade do vai-e-vem de suas pequeninas e imperceptíveis ondas, com suas águas calmas, piscinais, tranquilas, românticas e reflexivas - também é capaz de nos transmitir o divino silêncio da paz, revigorando as nossas energias para o enfrentamento da lida diária.

Com essa alternância das marés, a natureza demonstra que há tempo em que as circunstâncias exigem um agir forte e destemido, como também há tempo para um agir sereno, mas determinado. Em ambos os momentos, o importante é a sinceridade e firmeza.

O homem tem de entender que tudo reside na espiritualidade, no sentimento que habita cada um de nós, pois é o pensamento que impulsiona e alimenta o nosso modo de agir.

Se carregamos ódio no coração, praticaremos o mal ao próximo, alimentando um vil sentimento hospedeiro de nosso âmago. Se é o amor que transportamos, certamente semearemos a solidariedade, fortalecendo nossa elevação espiritual.

O essencial é trabalhar pelo bem. Trabalhar o bem. Praticar atos que nos satisfaçam, mas que também satisfaçam o nosso semelhante. A todo instante, podemos assim agir. Se não o fizermos, mais tarde fatalmente surgirá dentro de nós o sentimento de imperfeição e de um tempo perdido.

Onaldo Queiroga
Escritor e Juiz de Direito.

Esquinas da Vida
Capítulo I - Mundo Sem Fronteira
Tudo tem seu apogeu e seu declínio.
Páginas 21 e 22

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