"O mundo está povoado de seres falantes que só ouvem as próprias razões, num monólogo ensurdecedor.
A generosidade, a empatia, o respeito para com as pessoas não têm voz nem vez.
Esquecem que a vida, como disse o maestro Tom Jobim, não é dada: é emprestada. Somos inquilinos do tempo. Existimos por um momento e depois vamos habitar a memória de Deus.
Alguns, contudo vivem como se fossem eternos. Como se não tivessem de devolver o seu quinhão de vida humana. Existem sem qualquer noção de limite, nenhum ideal de bondade com o seu semlhante".
Quando o Dr. Jorge Adelar Finatto, insigne juiz de direito de Porto Alegre, escreveu esta crônica, não haveria de imaginar que me serviria de inspiração, para prefaciar o livro do também ilustre magistrado Onaldo Rocha de Queiroga.
À medida que eu refletia sobre a brevidade da vida sobre o egoístico silêncio de determinadas pessoas que, como Narciso, só enxergam a sua imagem no espelho, comparei, com satisfação, vendo o outro lado da moeda, a face da generosidade, da pureza de sentimentos e da nobreza de caráter, estampada nas crônicas oferecidas, semanalmente, pelo Jornal Correio da Paraíba aos seus leitores, escritas pela veia sentimental e poética do autor de Monólogos do meu tempo.
Aqui, longe de se fechar nas suas reflexões, o autor resolve partilhá-las com os leitores e, mais que isso, transportá-los ao seu mundo de reminiscências e fé, ajudando-os a rezar, através de sua filosofia de vida, ao narrar fatos do seu quotidiano que se parecem com fatos já vivenciados por todos, levando-os a comungar dos seus lamentos e anseios.
Quando fala do poder de que algumas autoridades se acham investidas, em decorrência da própria função constitucional, lembra : " Ao invés de continuar a querer brincar de Deus o homem deve entregar-se mais ao Ser Supremo. Deve praticar ações edificadoras, como a solidariedade e o amor ao próximo". Ao constatar que os seres humanos são meros transeuntes desta vida, recorda Rama Krishna, que afirma: "Os ventos da graça sopram o tempo todo. Você só precisa içar suas velas", conclamando todos para a construção de um mundo mais justo. E, na mesma linha de raciocínio, conclui no seu texto, A velocidade do tempo: "O fato é que o homem deve entender que evoluiu materialmente. Todavia, o ter não deve fazer sucumbir o ser, pois é no espírito que repousam os passos lentos e sábios da paz".
Maria de Fátima M. Bezerra Cavalcante
Desembargadora e
Escritora de cunho jurídico.
Esposa do senador paraibano José Targino Maranhão.
Monólogo do meu Tempo
Onaldo Queiroga
Páginas 9 e 10.
continua...
terça-feira, 19 de abril de 2011
Onaldo Queiroga - Prefácio Do Livro Monólogos Do Meu Tempo
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