terça-feira, 6 de abril de 2021

Edema linfático



É um sistema composto por Capilares Linfáticos, Vasos linfáticos, Ductos Linfáticos e Linfonodos, onde circula a linfa, um líquido similar ao plasma, porém hipoproteico, que também é composto por células reticulares e de defesas, como mastócitos, macrófagos e linfócitos, e está presente em vários locais do corpo, principalmente nos órgão linfoides (como baço e timo). Tem como função principal a eliminação de patógenos, células danificadas e envelhecidas. Por isso, é de extrema importância que esse sistema esteja bem conservado.

O que é Linfedema?

O Linfedema nada mais é que o acúmulo de proteínas no interstício, além de uma alteração histológica que ocorre de forma gradativa gerando repercussões graves na qualidade de vida da pessoa portadora, como inchaço e úlceras em membros.

O edema pode ser causado por insuficiência linfática dinâmica ou insuficiência linfática mecânica. Na primeira forma, mesmo com o aumento compensatório da absorção do transporte linfático, a carga linfática ultrapassa a capacidade total de transporte causando o edema. Exemplos disso são Insuficiência Cardíaca Congestiva e Edemas Venosos.

Na segunda forma, há hipofunção dos vasos e mesmo cargas linfáticas normais acabam extravasando. Este, ao contrário do primeiro tipo, é um edema com grande quantidade de proteínas.



Uma das mais temíveis complicações do linfedema é sua malignização, porém, felizmente, só ocorre em 1% dos casos.

Causas de Linfedemas

As causas podem ser primárias (problemas congênitos nos vasos linfáticos) ou secundárias (trauma, lesões e entre outros). Apesar de ser pouco falada, essa enfermidade acomete cerca de 15% da população mundial e os Linfedemas de membros inferiores correspondem à cerca de 80% dos casos. Porém, Linfedemas de membros superiores, por terem uma maior relação com o câncer, têm uma gama maior de estudos, mesmo tendo menor frequência de registros.

Subdivisões dos Linfedemas

Os Linfedemas primários são subdivididos de acordo com a faixa etária em que aparecem. O Congênito aparece até o segundo ano de vida, o Precoce ocorre no início da adolescência e o Tardio geralmente à partir dos 35 anos, sendo que os dois últimos são mais comuns no sexo feminino.

Independente da causa, o linfedema aumenta a pressão hidrostática nos vasos linfáticos distais causando o edema. A persistência dele favorece a deposição de Matriz Extracelular e fibrose, provocando um “endurecimento” da pele sobrejacente. Às vezes a perfusão insuficiente dos tecidos pode causar ulceração da pele.

O diagnóstico geralmente é clínico, porém, quando o paciente apresenta comorbidades que também podem gerar edemas como Obesidade e Insuficiência venosa, é necessário pedir exames complementares, principalmente a linfocintigrafia.

É importante na avaliação do indivíduo com linfedema a quantificação e estadiamento do edema, pois estes dados servirão para o diagnóstico e para a monitorização dos doentes antes, durante e após o tratamento.

Estadiamento

O estadiamento pode ser feito utilizando dois critérios: consistência da pele e ocorrência ou não de redução do linfedema após 24 horas de elevação do membro afetado. Dessa forma, temos o Estadio I, também chamado de edema reversível, que é suave e some com a digitopressão. O estadio II, em que o edema ainda é depressível, mas raramente regride com a elevação do membro por 24horas; e o Estadio III ou elefantíase que cursa com acentuada deposição de fibrose no tecido subcutâneo e não ocorre endentação da pele à digitopressão.

Tratamento

O tratamento deve ser individualizado levando em conta a localização, estadiamento, gravidade, além das doenças associadas. Atualmente, a abordagem terapêutica mais efetiva e amplamente aceita é a terapia combinada (Complex Descongestive Therapy, CDT).

A primeira fase da CDT é a educação de cuidados da pele e fâneros para minimizar o risco de complicações infeciosas, exercício físico regular, drenagem linfática manual e medidas de compressão externa. A duração do tratamento é bastante variável e deve se arrastar até a diminuição do edema atingir um valor satisfatório.

Após esse período de cerca de 3 à 8 semanas, começa a segunda fase do tratamento, que consiste em cuidados da pele e fâneros, exercício físico regular e medidas de contenção elástica.

Vale lembrar que tratamentos farmacológicos e cirúrgicos, atualmente, não tiveram sua eficácia devidamente comprovada. Porém, os avanços recentes na engenharia genética poderão trazer bons prognósticos para os acometidos por essa patologia.

Conclusão

É notório que ainda é necessário descobrir muita coisa à respeito das causas, desenvolvimento e tratamento do Linfedema e, por isso, este é um dos maiores desafios do Futuro da Medicina. O futuro vem com pesquisas a respeito do tema, o que vai dando mais esperanças de cura aos portadores dessa enfermidade.

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