sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Onaldo Queiroga - Felicidade


um conto-uma crônica


Felicidade, palavra bela, um belíssimo vocábulo. Felicidade, segundo o dicionário, é a qualidade ou estado de feliz; ventura, contentamento ou bom êxito.

Um certo dia, um amigo disse que a felicidade era algo muito relativo.Seu raciocínio está correto, pois uma determinada pessoa pode muito bem não se sentir feliz, apesar de viver materialmente bem. E isso ocorre porque pode falta-lhe algo além do plano material. Algo que somente poderá ser encontrado no seu íntimo, no campo espiritual. Existem pessoas que só encontram
a felicidade no materialismo. Já outras a encontram não nos salões dos palácios dourados, mas no viver simples em uma choupana ou num ranchinho de palha.

Para alcançar a felicidade, o ser humano deve, primeiramente, encontrar-se e ficar bem consigo mesmo. Deve encontrar a alegria, condição imprescindível para a felicidade. Quando vem revestido de muita obstinação, o pensamento proporciona combustível eficaz para tornar realidade o ideal que se almeja.

A felicidade está dentro de nós. Como afirmara JohnMilton, "a mente é um lugar em si mesma e pode fazer do inferno um paraíso ou do paraíso um inferno".

Esse fundamento de que a felicidade pode ser encontrada no interior de cada um e que, na grande maioria das vezes, basta a vontade de querer encontrá-la não é algo de novo. Devemos refletir nessa afirmativa de Ellen Campbell: "A felicidade e a liberdade começam com a clara compreensão de um princípio; algumas coisas estão sob o nosso controle, outras não. Só depois de lidar com essa questão fundamental e aprender a distinguir entre o que você pode e o que não pode controlar, é que a tranquilidade interna e a eficácia externa se tornam possíveis".

Os poetas, seres iluminados e de uma sensibilidade indelével, vêm, ao longo dos séculos, colocando em seus versos a indiscutível relatividade da felicidade. Enxergam, precipuamente, sua presença nas coisas mais simples e naturais. Entretanto, o consumismo e a insaciabilidade que impulsionam o materialismo do mundo moderno são os principais obstáculos para se chegar à verdadeira felicidade.

Aliado a esse aspecto, verifica-se também que o ser humano encontra uma enorme dificuldade em esquecer as dores e injustiças sofridas. E assim traz consigo, quase sempre, o sentimento da raiva, do ressentimento e da culpa. Esses são estados que, de forma marcante, interferem no nosso viver, obstaculizando a superação das situações adversas. Ellen Campbell acrescenta que, "na raiz desse fardo desnecessário, está a incapacidade de perdoar".

O ser humano deve compreender que está no seu íntimo o caminho da felicidade. Nesse sentido, ensinava Mahatma Gandhi: "Você, deve ser a própria mudança que deseja ver no mundo". Por isso, o homem deve entender que "o mundo é um espelho e devolve a cada um o reflexo de seu próprio rosto". (William Makepeace). Deixemos as guerras, vivamos em paz e felizes.

Onaldo Queiroga.
Escritor e Juiz de Direito

Monólogos do Meu Tempo.
Páginas 141,142 e 143.

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