7 - Pão e Tulipa - 2000.
O filme conta a história de uma dona de casa que viaja de excursão com a família, mas é esquecida pelo ônibus num restaurante de beira de estrada. Ela então aproveita a oportunidade para "tirar férias" de tudo e de todos: pega uma carona, vai para Veneza, troca de nome e começa a excursionar sozinha por uma nova vida.
Ao sair do cinema, lembrei da descrição que o jornalista Ruy Castro fez certa vez de uma socialite que, depois de ter agitado todas, se casou e teve três filhos:" Se ela se distraísse , acabaria sendo feliz para sempre".
Tem muita gente que se distrai e é feliz para sempre sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias, felicíssima por uns instantes, em outros instantes achar que ficou maluca, então ser feliz de novo em fevereiro e março, e em abril questionar tudo o que fez, aí , em agosto ser feliz porque uma ousadia deu certo, e assim sentir-se realmente viva porque cada dia passa a ser um único dia e não mais um dia.
Esse filme do diretor italiano Silvio Soldini, mostra que felicidade pode ser qualquer coisa, menos acomodação. Acomodar-se é fazer uma viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que tédio. É preciso um pouco de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, mesmo que seja medo.
8 - Thelma e Louise - 1991.
Lembro que escutei os mais diversos comentários quando Ridley Scott colocou Geena Davis e Susan Sarandon na estrada como as duas bandidas mais charmosas do cinema americano. Foram muitos os elogios, mas também houve quem não perdoasse o diretor por não repetir Blade Runner. Pois eu adorei torcer pela dupla.
A história: duas mulheres cansadas das decepções amorosas resolvem dar um tempo de suas vidinhas e saem juntas para um prosaico final de semana sem imaginar que a partir dali iniciariam carreira como fora da lei, numa sequência de trapalhadas que as faria ser perseguidas pelo IBI.
Não é toda hora que surge um road movie protagonizado por mulheres sem que elas estejam atrás de homens, e sim fugindo deles.
É bem verdade que o final me pareceu histriônico demais, inverossímil demais, até meio ridículo.
Certos caminhos não têm volta? Ok, mas não era preciso ser tão explícito na mensagem. Em todo caso, quem vai criticar um filme que mostra duas beldades soltas na vida, sem nada a perder?
Além de um roteiro bom do começo até quase o fim, o filme ainda nos deu a chance de conhecer um jovem ator bem promissor. Qual era mesmo o nome dele? Ah, um tal Brad Pitt.
Martha MedeirosJornalista, escritora e colunista
do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de
O Globo, do Rio de Janeiro.
Publicado na revista Claudia
Edição Setembro/2009.
continua...
sexta-feira, 22 de abril de 2011
10 Filmes - Para Mulheres Sobre Mulheres - Nota 10 - Continuação
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