Drama policial
Crowe é um homem comum que precisa cuidar da casa e, ao mesmo tempo salvar a mulher.
Crowe é um homem comum que precisa cuidar da casa e, ao mesmo tempo salvar a mulher.
Russell Crowe é o marido que comanda a fuga da esposa da cadeia em 72 Horas, um drama tenso e muito humano sobre gente comum em situação limite.
Histórias de fugas mirabolantes não são novidade no cinema. E 72 Horas ainda é refilmagem de uma produção francesa, Tudo Por Ela, de 2008. Mas o roteirista e diretos Paul Haggis é dos mais talentosos - são dele No Vale das Sombras e Crash - e transforma uma fórmula batida em uma obra acima da média, que faz uma envolvente investigação do comportamento humano diante do inesperado. O filme abre com Russell Crowe e a esposa, vivida por Elizabeth Banks, durante jantar em um restaurante. E segue com o casal ao lado do filho, em um café da manhã "comercial de margarina", quando a campainha toca e a mulher é presa, acusada de um crime que alega não ter cometido. Após três anos de prisão, recursos negados e a iminente transferência para outra penitenciária, o pacato professor universitário vivido por Crowe decide armar um plano de fuga que tem de ser concretizado em três dias, daí o título.
Nas mãos de alguém menos habilidoso, um papel improvável como esse poderia render uma trama banal. Mas Crowe é ator minimalista, que desenvolve seu personagem com a mesma meticulosidade com que arquiteta a missão que ele tem pela frente. O que se vê em cena é um homem comum que, da noite para o dia, precisa ser o pai e a mãe da casa, além de encontrar uma maneira de tirar a mulher da cadeia.
É fácil torcer pelo casal, embora pairem dúvidas sobre a inocência dela. Mesmo com a entrada de um time de investigadores que pode ameaçar o esquema , 72 Horas é um drama policial com pouca ação física e muita tensão psicológica. Haggis segura as rédeas para não sobrecarregar o clima de angústia, mas quando o prazo se esgota e Crowe precisa agir, aí a ansiedade é total do lado de lá e de cá da tela.
S.U.I
S.U.I
Publicado na revista IstoÉGente
27/12/2010
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