Ainda falta um dia para terminar, mas este mês de junho entra na história do Brasil, como o da "revolução das ruas", que resultou do fim da paciência dos brasileiros diante da exploração do Estado, que não retorna em benefícios para os cidadãos os altos impostos cobrados; da letargia do Congresso; do ritmo de tartaruga do judiciário; e das mordomias pagas pelos cofres públicos para quem deveria ser exemplo de parcimônia.
A corda foi sendo esticada como se não houvesse limite. As críticas quanto as deficiências dos serviços básicos eram respondidas com explicações confusas e projetos para o futuro. A gota d'água foram os aumentos, especialmente os dos transportes, que detonaram os protestos que exigem mudanças: um país decente e com qualidade de vida.
O povo nas ruas obrigou todos a reagirem. De repente, o que era impossível, passou a possível: as tarifas dos transportes baixaram e Executivo, Legislativo e Judiciário buscaram sintonia com as vozes das ruas, que também exigem fim do corporativismo nos poderes, ação contra a corrupção e mais participação nas decisões.
Em apenas uma semana, o Congresso rejeitou a proposta que impediria o Ministério Público de realizar investigações criminais (PEC 37), aprovou o novo Fundo de Participação dos Estados e a destinação dos recursos dos royalties para educação e saúde. A lei que considera a corrupção como crime hediondo foi unanimidade no Senado.
E o ritmo será mantido nesta próxima semana, quando irão a votação o Passe Livre Estudantil (PLS 248/2013). A impunidade no Judiciário, também. Com certeza será aprovada a pena de demissão para juízes e promotores condenados por corrupção, que atualmente são "premiados" com aposentadorias (PECs 53 e 75, ambas de 2011).
A carreira de médico de Estado (PEC 34;2011), e o serviço civil obrigatório para médicos formados em universidades públicas (PEC 36/2011), completam a pauta que os senadores vão votar a partir desta segunda-feira.
Aqui na Paraíba, tivemos a redução nas tarifas de transportes nas regiões metropolitanas de João Pessoa e Campina Grande. E os gestores demonstram preocupação em ouvir a sociedade.
Junho de 2013 - quando o poder do povo inspirou um novo Brasil.
Lena Guimarães
Jornalista, com formação em Direito, pós-graduada em Marketing e em Finanças, colunista política.
29/06/2013
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