Fantástico E Real
Movimento.
As manifestações políticas estarão presentes a todo momento na nova novela das 23h
"Saramandaia" usa comédia para falar de intolerância e se inspira em temas atuais como movimentos juvenis e mensalão.
Um coloca o coração pela boca. A outra explode de tanto comer. Tem quem bote formigas pelo nariz e até quem crie raízes de tanto ficar sentado. Em "Saramandaia", trama das 23 h que estreia amanhã, o sentido literal, mesmo o mais estranho, vira realidade. Um realismo fantástico - presente na obra de Dias Gomes em 1976 - que o autor Ricardo Linhares não só manteve como ampliou, reunindo a tipos icônicos, como Dona Redonda (Vera Holtz), outros novos, como Stela (Laura Neiva). - Grande parte das pessoas tem intolerância ao que foge do comum, dos padrões. E isso estará presente o tempo todo. Todos os tipos que criei têm algo de diferente - diz o autor.
Se a primeira versão continha uma metáfora à ditadura militar, o remake embarca na "ditadura da intolerância", afirma o autor. E, diz ele, a melhor forma de mostrar isso é através da comédia:
- É uma maneira mais forte de criticar, tocar em assuntos mais densos - conta Linhares, descrevendo "Saramandaia" como uma comédia de costumes.
O autor apostou numa história de amor e rivalidade entre três gerações das famílias. Vilar e Rosado, representadas por Tibério (Tarcísio Meira) e Candinha (Fernanda Montenegro). Mas além de romance e "muito beijo na boca", a política continua presente no embate entre os Bole-bolenses - contra a mudança do nome original da cidade, Bole-Bole - e os saramandistas que, apoiados por uma premonição progressista de Gibão (Sergio Guizé) querem que o lugar se chame "Saramandaia". Para contextualizar os protestos, Ricardo se inspirou nas manifestações políticas mundo afora como a Primavera Árabe, as manifestações no Egito, em 2011, e o movimento americano Ocuppy Wall Street.
- Logo no início, brinco com o "Occupy o coreto". Vou abordar o mensalão e haverá uma cena inspirada no atentado do Riocentro, de 1981. Acho importante esses movimentos, contanto que pacíficos.
Personagens:
Tarcísio Meira
Tibério ( Tarcísio Meira) - Patriarca dos Vilar. De passado violento e prepotente, passa os dias sentado numa poltrona onde está criando raízes. Foi apaixonado por Candinha (Fernanda Montenegro).
Fernanda Montenegro
Candinha (Fernanda Montenegro) - Matriarca dos Rosados, é autoritária e convive com a culpa de ter causado sofrimento a pessoas no passado. Conversa com galinhas imaginárias.
Lilia Cabral
Vitória (Lilia Cabral) - Filha de Tibério, a empresária retorna a Bole-Bole 30 anos depois de ir para São Paulo. De volta, tenta se entender com Zico (José Mayer), com quem teve um romance no passado.
Leandra Leal
Zélia (Leandra Leal) - Veterinária, é briguenta como a mãe, Vitória, e quer acabar com a corrupção na cidade. Por conta disso, entra em conflito com o noivo, Lua (Fernando Belo) o prefeito apartidário.
Fernando Belo
Lua Vianna (Fernando Belo) - Prefeito querido pelo povo, se mantém alheio à briga das famílias Vilar e Rosado e os partidos. De origem humilde, é ético e honesto. É apaixonado pela noiva, Zélia.
André Bankoff
Pedro (André Bankoff) - Rebelde, ele se descobriu homem do campo após morar com o avô, Tibério. Cuida da fazenda da família, mas odeia cobranças. Namora Bia (Thais Melchior) sem compromisso.
José Mayer
Zico(José Mayer) - Do clã Rosado, é dono de canaviais e de usinas de açúcar. Quer manter o nome da cidade. Casado com Helena (Angela Figueiredo), deseja Vitoria. Com raiva, põe formigas pelo nariz.
Laura Neiva
Stela (Laura Neiva) - Neta de Helena( Angela Figueiredo) e Zico(José Mayer), cresceu acreditando ser orfã. Se apaixona por Tiago (Pedro Tergolina). Suas lágrimas fazem renascer algo que estava sem vida, como uma flor murcha.
Marcos Palmeira
Cazuza (Marcos Palmeira) - Conservador e metódico, é dono da única farmácia da cidade. Defende Zico(José Mayer) e costuma pôr o coração pela boca. É casado com a ex-parteira Aparadeira (Ana Beatriz Nogueira).
Chandelly Braz
Marcina (Chandelly Braz) - Simples e romântica, namora João Gibão (Sergio Guizé) e chega a arder de paixão pelo rapaz, mas sofre ao saber que ele tem um segredo. Trabalha na farmácia do pai, Cazuza.
Matheus Nachtergaele
Seu Encolheu (Matheus Nachtergaele) - Chefe de gabinete de Lua, é apaixonado pela mulher, Dona Redonda (Vera Holtz), com quem vive uma relação intensa. Faz a previsão do tempo conforme a dor em seus ossos.
Vera Holtz
Dona Redonda - (Vera Holtz) - Come com prazer e sem culpa. Odeia criança e não liga para a filha, Bia, tendo como xodó o cachorrinho Pingo. Rabugenta e tradicionalista, adora opinar sobre a vida dos outros.
Débora Bloch
Risoleta (Débora Bloch) - Dona da pensão frequentada pelos homens, é rejeitada pelas mulheres. Apaixonada por Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes), deseja vê-lo como lobisomem. Tem um segredo.
Aracy Balabanian
Dona Pupu (Aracy Balabanian) - Risonha e avoada, é mãe de Aristóbulo, o único filho homem após sete mulheres. Encanta-se por Risoleta. É casada com Belisário (Luiz Henrique Nogueira).
Renata Sorrah
Leocádia (Renata Sorrah) - Mãe de João Gibão e Lua, é artista e faz trabalho com rendas e couro. Usa uma grande tesoura de costura para aparar as asas que o filho esconde. É respeitada por todos na cidade.
Publicado no jornal Correio da Paraíba
Revista da TV
23/06/2013
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