Yitta Halberstam E Judith Leventhal - Julia Dixon

Contando histórias

Julia Dixon acabara de se trancar fora de casa quando o carteiro veio chegando pela entrada do carro.

- Sra. Dixon! - exclamou ele, preocupado. - A senhora parece perturbada. O que houve?

- Ai, não sei o que vou fazer - lamentou-se ela, retorcendo as mãos de nervosismo. - A porta bateu, e minha vizinha que guarda uma cópia para mim não está na cidade. Meu marido tem uma chave, mas está numa conferência que vai durar o dia inteiro num hotel no centro, e eu duvido que possa entrar em contato com ele. Como vou fazer para entrar em casa de novo?

O carteiro tentou tranquilizar a mulher e a aconselhou a chamar um chaveiro.

- Acho que esse vai ser meu único recurso - concordou ela -, mas, para lhe dizer a verdade, eles cobram os olhos da cara e eu na realidade não estou podendo ter uma despesa extra neste exato momento. As coisas andam apertadas.

O carteiro compadeceu-se dela, mas salientou que ela não tinha escolha.

- Olhe, é melhor eu ir andando - disse ele. - Aqui está sua correspondência. Quem sabe? Talvez venha alguma boa notícia numa destas cartas para deixá-la animada!

Julia passou os olhos pelos envelopes. Havia um do seu irmão Jonathan. Ele havia feito uma visita de alguns dias à família na semana anterior.

- Eu me pergunto por que ele estaria escrevendo tão rápido - muirmurou ela. Quando abriu a carta, uma chave caiu na palma da sua mão.

"Querida Julia", dizia a carta. "Na semana passada, quando estive na sua casa e você estava fazendo compras, eu sem querer me tranquei na rua. Pedi à vizinha que me emprestasse a cópia, mas me esqueci de devolver. Por isso, estou devolvendo a chave agora."

"Quando você encara uma porta fechada e se sente sem esperanças, saiba que outras portas podem ser abertas, permitindo que você entre."

Publicada no livro Pequenos Milagres
Coincidências extraordinárias do dia-a-dia.
Yitta Halberstam e Judith Leventha
Página 37 e 38.