quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Entenda A Morte Cerebral Causada Por Traumatismo Craniano



A gravidade de um traumatismo craniano, depende de fatores como a dimensão do trauma, a idade e o quadro de saúde da vítima. 

Segundo o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Junior, da Clínica Everest, em São Paulo, um traumatismo craniano grave causa lesões no cérebro, em algumas situações irreversíveis. 

“Uma caixa craniana tem um volume interno que está cabendo o cérebro e tudo o que tem lá. Quando há uma pancada, pode ter um sangramento e formar um coágulo. Vai haver competição por espaço, a pressão vai aumentar e o cérebro não consegue receber a quantidade de sangue que precisa. A morte cerebral acontece quando você tem geralmente uma pressão intracraniana tão elevada que o sangue bombeado pelo coração não consegue penetrar para nutrir os tecidos.” 

Ainda de acordo com Oliveira Junior, a idade da vítima é um fator de risco. 

“A pessoa idosa tem uma pequena hipotrofia do cérebro, ou seja, o conteúdo fica menor em relação ao continente, o que aumenta os movimentos internos do cérebro [em caso de choque]. O idoso está mais sujeito a ter mais sangramento no cérebro na queda, mesmo em queda leve.” 

Se a pessoa tiver alguma deficiência de coagulação, seja por uso de medicamentos ou pela perda de plaquetas (comum em indivíduos que são submetidos a uma quimioterapia), o risco de ter um sangramento e não haver a coagulação adequada é maior. 

“Às vezes, um pequeno traumatismo em um paciente que fez quimioterapia e esteja com uma baixa do número de plaquetas e não tenha uma coagulação normal pode levar a uma sangramento e até morte.” 

A dimensão do trauma tem uma importância fundamental, segundo o neurocirurgião. 

“A altura está associada à energia envolvida com o traumatismo. O cérebro, na verdade, é protegido. É a estrutura mais complexa do nosso corpo e bem protegida. Existe o couro cabeludo, o crânio, as meninges e um líquido que envolve o cérebro. Mas alguns traumatismos são tão violentos que ultrapassam tudo isso.” 

Para diagnosticar a morte cerebral de alguém que tenha sofrido um traumatismo craniano severo, os médicos realizam testes clínicos, relacionados aos reflexos do paciente, e também exames, que podem ser um eletroencefalograma (para medir a atividade elétrica do cérebro) ou uma angiografia (para verificar a irrigação sanguínea do cérebro). 

Além disso, acrescenta Oliveira Junior, é preciso descartar que o paciente esteja sob influência de algum inibidor de atividade cerebral (anestésico ou sedativo). Por isso, é importante que seja feita uma avaliação o mais prolongada possível para detectar a ausência de função cerebral. 

“A morte cerebral é um divisor de águas entre uma pessoa que pode se recuperar e uma pessoa que já tem um quadro irreversível”, conclui o neurocirurgião.

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A morte cerebral é a incapacidade do cérebro de manter as funções vitais do organismo, como o paciente respirar sozinho, por exemplo. Um paciente é diagnosticado com morte cerebral quando ele apresenta sintomas como ausência total de reflexos, sendo mantido "vivo" somente com a ajuda de aparelhos, e é nesse momento que se pode fazer a doação de órgão, se for possível.
Além de promover o transplante de órgãos, em caso de morte cerebral, os familiares podem se despedir do paciente, o que pode trazer algum conforto. No entanto, crianças, idosos e pessoas com problemas de coração ou que não podem se emocionar não devem entrar em contato com este paciente.

O que pode causar morte cerebral

A morte cerebral pode ser causada por inúmeras causas, como por exemplo:

Traumatismo craniano;

Falta de oxigênio no cérebro;

Parada cardiorrespiratória;

Derrame (AVC);

Inchaço no cérebro,

Aumento da pressão intra craniana;

Tumores;

Overdose;

Falta de glicose no sangue.

Estas e outras causas levam ao aumento do tamanho do cérebro ( edema cerebral), que associado a impossibilidade de expansão devido ao crânio, leva à compressão, à diminuição da atividade cerebral e à danos irreversíveis no sistema nervoso central.

Como saber se é morte cerebral

Os sinais que indicam que se trata de uma morte cerebral e que a pessoa não irá se recuperar são: 

Ausência da respiração;
Ausência de dor à estímulos como picar uma agulha no corpo ou mesmo dentro dos olhos do paciente;

Pupilas não reagentes
Não deve haver hipotermia e hipotensão deve mostrar ausência de sinais.

Contudo, se a pessoa estiver ligada à aparelhos, eles podem manter sua respiração e seus batimentos cardíacos, mas as pupilas não serão reagentes e este será um indício de morte cerebral. O diagnóstico deve ser feito por dois médicos diferentes, em dois dias diferentes, mediante a observação dos sintomas acima citados para não haver margem para erros.

Quanto tempo dura a morte cerebral

O paciente em morte cerebral pode ser mantido "vivo" enquanto os aparelhos estiverem ligados. No momento em que os aparelhos são desligados, o paciente é verdadeiramente dito como morto, e neste caso, desligar os aparelhos não é considerado eutanásia, pois o paciente não tem chances de sobreviver.

O paciente pode ser mantido "vivo" através dos aparelhos por quanto tempo a família desejar. Embora só seja desejado que o paciente seja mantido neste estado por algum tempo se ele for doador de órgãos, para garantir a retirada dos órgãos para posterior transplante em outro paciente. Saiba como é feito o transplante de coração, por exemplo.

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