A maior cantora do Brasil media 1,53cm. E foi capaz de fazer caber em uma vida curta uma carreira longa e inesquecível.
O talento de Elis Regina, gaúcha de Porto Alegre, foi revelado ainda na infância, em um programa chamado "Clube do Guri", na Rádio Farroupilha. Aos 16 anos ela já tinha gravado seu primeiro LP: "Viva a Brotolândia". E não parou mais: festivais, discos e shows se sucederam naquele início dos anos 1960.
Ajudou a popularizar a nascente bossa nova: sua presença esfuziante garantiu-lhe lugar na TV, como apresentadora do programa " O fino da bossa", na TV Record, ao lado de Jair Rodrigues. Não demorou a alcançar projeção internacional com shows em Paris, em 1968.
A cada novo disco, deixava para a história interpretações antológicas, como a de "Águas de março", ao lado de Tom Jobim (1974).
"Neste país, só duas cantam: Gal e eu", declarou no fim dos anos 1970.
O apelido de Pimentinha não era à toa. Sua vida pessoal foi tão intensa e vertiginosa quanto a carreira: paixões turbulentas resultaram em três casamentos, brigas e separações.
Elis teve três filhos, mas a maternidade não amenizou de todo a sua fragilidade emocional.
No dia 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos e com mais de 20 discos gravados, ela morreu em São Paulo, vítima de overdose de cocaína, tranquilizantes e álcool.
Publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional
Editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional.
Coluna Almanaque Página 88
Ano 4 nº 40 Janeiro de 2009
Agência O Globo / Foto Paulo Moreira
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