sexta-feira, 30 de março de 2012

Estevam Fernandes - A Gangorra E A Vida



mensagem de de fé  Estevam Fernandes



É interessante como a gangorra, aquele brinquedo típico dos parques de diversão, lembra os movimentos da vida. É como se ela fosse a representação lúdica da realidade.



Na verdade, a vida é como uma gangorra: ora estamos em cima, ora estamos embaixo. Em alguns dias nos sentimos muito bem, tudo dá certo. As coisas acontecem num fluir de paz e alegria. Parece até que Deus nos toma em seus braços e caminha conosco pelos corredores da existência. Nada nos falta! Temos saúde, harmonia, prosperidade e sonhos. Estamos no alto da gangorra. Contudo, não raras vezes, o movimento da gangorra se altera, e percebemo-nos embaixo, no chão. Tudo nos falta! O que era paz transforma-se numa agonia. A sensação de segurança dá lugar ao pânico. Motivos: surpresas desagradáveis, enfermidades, crise financeira, luto na família. Nessas horas, até a fé entra em crise, pois imaginamos que Deus nos abandonou.



Na verdade, a gangorra representa simbolicamente a busca do ponto de equilíbrio entre os movimentos de subida e descida e, nesta constante alternância, ela nos ensina  importantes lições.



Ninguém pode viver na ilusão de que vivemos num eterno estado de graça. Tampouco conceber a vida como um contínuo sofrimento, como se isto fosse um destino. Com certeza, a vida nem pode ser concebida como uma experiência que exclui o sofrimento, nem como uma agonia constante. A vida é um desafio na busca do equilíbrio entre a dor e a alegria, a noite e o dia, as lágrimas e o sorriso.



Viver é conviver sobriamente com o lúdico e o trágico, a fé e a incerteza. É saber atravessar os vales escuros para contemplar o nascer do sol. Os momentos difíceis servem como adubo que fertiliza o solo da nossa existência, e as lágrimas irrigam as sementes de onde brotam esperanças e vitórias, na certeza de que viver é uma experiência maravilhosa.



Por fim, a gangorra também representa um desafio ao nosso relacionamento com Deus. Reconhecê-lo quando  estamos por cima, e adorá-lo quando estivermos por baixo, revelarão nossa consciência da Sua presença em nossa vida.



A vida é, por excelência, uma experiência de luz, alegria e esperança. Contudo, no seu transcorrer, podemos deparar-nos com a dor, a tristeza e a escuridão. É a gangorra em movimento, mas o que importa é a busca do equilíbrio. O Senhor é o ponto de equilíbrio da gangorra. Por isso, a Bíblia diz: Em tudo daí graças (1 Ts 5.18). A fé que não é confrontada com a adversidade não passa de mera crendice. 

   Estevam Fernandes de Oliveira.
Pastor da 1ª Igreja Batista.

Publicada no Jornal Correio da Paraíba

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