um conto-uma crônica
Na tarde de ontem, ao visitar parentes mortos, longe das vaidades, só me lembrei das lições que nos deixou Francisco Cândido Xavier, sem dúvida o maior médium de todos os tempos, que viveu seus 92 anos dividido entre a espiritualidade e a terra, enquanto psicografava as mais de 400 obras que deixou. Com esses livros, pregou a paz e suavizou tensões sociais, impulsionou a caridade, consolou os aflitos. Com a mediunidade, também operou milagres: em Pedro Leopoldo, sua cidade natal, ao socorrer um jovem acometido de paralisia cerebral, o médium tirou o chapéu e disse, três vezes: Você vai ficar bom! A face do rapaz foi voltando ao normal e a dor desapareceu.
Para os admiradores e adeptos da Doutrina que ele tanto ajudou a expandir, foi um santo. Para os descrentes e inimigos que o insultaram mais por maldade que por falta de fé, foi um personagem estranho e desconcertante. Só que, a cada investida dos céticos, Chico não desesperava e ouvia Emmanuel, entidade espiritual de grande luz que o acompanhava desde 1931: "Não te aflijas com os que te atacam. O martelo que atormenta o prego com pancadas o faz mais seguro e mais firme".
Emmanuel estava certo: no domingo, 30 de junho de 2002, às 19h30m, quando Chico Xavier desencarnava, em Uberaba, MG, seu corpo foi velado por caravanas de devotos que contabilizaram nada menos que 2.500 pessoas por hora, e de todos os recantos do país afluíram representantes dos mais diversos credos para se despedir do médium, registrando-se cerca de 120 mil pessoas numa fila de quatro quilômetros.
Como um verdadeiro anjo, Chico Xavier viveu imune a todas as maldades do mundo, vaidades e badalações. Fez tão somente o que Cristo recomendou. E pronto!
A propósito, registra-se, na Paraíba, onde a Doutrina vem crescendo, dois eventos recentes: 0s 81 anos da União Espírita Casa da Vovozinha e os 71 anos do Leopoldo Cirne.
Fátima Araújo
Escritora, jornalista, historiadora e pesquisadora.
Publicada no jornal Correio da Paraíba
Caderno Cultura/Lazer
Coluna: Acalanto
04/09/2012.
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