sábado, 11 de outubro de 2014

Luzia Simões - Entrou Para A História Da Música



Luzia Simões
1927 - 1978
Entrou Para a História da Música

Nasceu em 04 de fevereiro de 1927 e faleceu no dia 19 de dezembro de 1978, inesperadamente, de ataque do coração.



Apesar de dedicar-se ao mundo da música, ela formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais.

Quando foi criada, em 1951, a Educação de Divisão Artística do Estado, ela foi nomeada diretora, pois lutou pela sua criação.

Estudou no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, no Rio de Janeiro, sob a direção do maestro Heitor Vila Lobos, em 1953.
Quando lecionava na Escola Técnica Federal da Paraíba, ensinando Educação Artística, recebeu o título de Benemérica.

Também foi fundadora do Conselho de Cultura, e recebeu a Medalha Coriolano de Medeiros.

Era cercada de amigos, entre eles Gazzi de Sá, Augusto Simões, José Ferreira Marinho, Maurício Gurgel, Gerardo Parente, dentre outros, e permaneceu muito conceituada na alta sociedade de João Pessoa.
Seu nome consta em coral, ruas, e bandas marciais.Ficou conhecida como a professora de música no ramo de "Canto Orfeônico". Era figura de destaque no ramo da música clássica, da qual foi pioneira. Além dos músicos renomados da sua época, também era conceituada por todos, do Governador do Estado da Paraíba até os mais humildes e carentes ao seu redor. Ajudava a quem necessitava dos seus préstimos.Nas noites de Natal, distribuia presentes, sempre feitos por suas mãos pequeninas mas grandes como o seu coração.Deixou seu marido Edgar Bartholine (já falecido) e dois filhos, Eliane e Edgar (Maninho). Atualmente, seus netos e bisnetos conhecem o mundo da música pelo legado dela.O céu, onde os anjos cantam, receberam-na com uma melodia que só os puros de coração conhecem.Ilce Marinho.





Luzia Simões Bartolini
Réquiem Para Luzia - Domingos de Azevedo Ribeiro
Há, entre a música e a religião, um parentesco íntimo. Em razão disso, Luzia Simões Bartolini intensificou na experiência dirigida a comunhão da espiritualidade com o seu modo de existência, buscando na música a embriaguez da vida e, na eternidade da união mística, sua vivência interior.

Toda a sua vida foi um apostolado em função da música, de cotidiano esforço para plasmar através da educação musical uma Paraíba artística à altura de suas tradições culturais.

Discipula fiel e valorosa do prof. Gazzi de Sá, era considerada herdeira e uma das principais articuladoras dos movimentos empreendidos durante o período em que o insígne mestre aqui atuou.

Aos seus alunos falava com a experiência adquirida ao longo de várias décadas de atividades, onde sua contribuição foi apreciável e marcada pelo fluxo fecundo de realizações, notadamente no ensejo de fundação da Escola de Música Antenor Navarro e Sociedade dos Amigos da Música.

Temos pela inesquecível educadora uma comovida lembrança. Horas antes do seu desenlace mantemos uma cordial palestra, onde foram abordados temas atuais de música em por fim, talvez sentindo o inesperado, leu trechos do Evangelho através de um livro que se encontrava em suas mãos.

Ao baixar à sepultura, ante o profundo silêncio de seus amigos que ainda estavam perplexos pelo infausto acontecimento, andorinhas fagueiras povoavam o ambiente com seus cantos tristes, sendo a única música ouvida nessa tarde quente de dezembro, ante a desolação das lágrimas e o fervor das preces.

Fomos levá-la à !Casa dos Mortos" em romaria. Antes, seu corpo inanimado descançava entre flores e músicas que seus amigos trouxeram para homenageá-la, atendendo ao seu último pedido.

Nada mais tocante que a música que fala mais do que as palavras, diz melhor do que as lágrimas e o sorriso. Como na música de Bach, que ela tanto amou e que se apresenta tão rica de conteúdo humano, de bondade e de perdão, que dá a impressão de uma longa, iluminada e infinita benção que cai sobre os homens, indiferente as suas crenças e preconceitos.

A sedução do ensino e o desenvolvimento musical eram objetos constantes, diários, permanentes, de seus estudos, de suas análises e observações.

A música para ela era paixão. Paixão que continuou até a morte.

Domingos de Azevedo Ribeiro.

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