Dos palcos à telinha
Elias Gleizer
Elias Gleizer começou na TV Tupi, na minissérie José do Egito (1959). Durante seus 56 anos de carreira, participou de mais de 50 novelas e séries, destacando-se pelo jeito bonachão que lhe rendeu vários tipos adoráveis: "Fiz mais de cinco novelas com crianças, tenho cara de vovô", afirmou o ator em depoimento ao site Memória Globo em 2011. Apesar disso, o seu papel mais usual era o de padre. Foram dez. "Também fiz frei, só não consegui ser bispo", brincava.
Natural de São Paulo, ele começou a carreira artística aos 12 anos, em uma orquestra juvenil amadora. Durante os ensaios, no Instituto Cultural Israelita, recebeu o convite para atuar em sua primeira peça teatral. Acabou gostando e nunca mais parou.
Entre seus principais trabalhos, destacam-se
Uma Esperança no Ar (1985)
Elias Gleizer na novela Uma Esperança no Ar
Tieta (1989)
Elias Gleizer e Rosana Gofman na novela Tieta
Explode Coração (1995)
Elias Gleizer na novela Explode Coração
Anjo de Mim (1996)
Elias Gleizer com Tony Ramos, na novela Anjo de Mim
Era Uma Vez (1998)
Elias Gleizer na novela Era Uma Vez
Terra Nostra (1999)
Elias Gleizer na novela Terra Nostra
Sinhá Moça (2006)
Elias Gleizer com Isis Valverde na novela Sinhá Moça
Flor do Caribe (2013)
Elias Gleizer e Susana Pires na novela Flor do Caribe
Boogie Oogie (2014)
Seu último papel foi em Boogie Oogie (2014), justamente como um padre.
Comovidos, amigos e familiares deram o último adeus ao ator Elias Gleizer, sepultado no domingo, 17, no Cemitério Israelita Vila dos Teles, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Rio. A cerimônia, íntima, seguiu os preceitos judaicos. Os pais do ator, imigrantes poloneses, seguiam a religião.
A irmã de Elias Gleizer, Rosa Amar, e sua sobrinha Simone, lamentaram a perda
"Um pedaço de mim se foi", lamentou Rosa Amar, de 76 anos, irmã do ator, que chegou acompanhada dos filhos Simone e Mauro.
Gleizer morreu no sábado, 16. Estava internado desde o dia 6 no Hospital Copa D'Or no Rio, Ele foi hospitalizado após fraturar cinco costelas e perfurar o pulmão ao cair em uma escada rolante.A causa da morte foi falência circulatória após broncopneumonia agravada pelo trauma.
A saúde do ator, de 81 anos, no entanto, já era frágil. Elias foi internado três vezes entre 2011 e 2013, por causa de um problema renal crônico. "Apesar disso, ele era uma pessoa alegre e carismática que a gente tem agora na memória", declarou a sobrinha., Simone. Elias nunca se casou e não deixou filhos.
A família do ator quis uma despedida discreta e, por isso, famosos não compareceram ao enterro. Mas se despedem com carinho.
Juca de Oliveira
"Começamos juntos na TV Tupi. O Elias tinha muito bom humor, ria muito e fazia todos caírem na gargalhada. Otimista, um trabalhador incansável, assim como seu apetite (risos). Nossa última novela juntos foi Flor do Caribe (2013). Ele já estava doente, mas me disse várias vezes que ali vinha renascendo, porque gostava muito de trabalhar".
Antonio Calloni
"Tive o prazer de trabalhar com Elias em Era Uma Vez . Ele tinha umas tiradas incríveis, era um cara de um amor simples e genuíno. Vai fazer falta!".
Lady Francisco
"Elias deixou um exemplo de como ser bom ator e bom colega. Infelizmente, está acabando essa turma boa, de elite, e temo que os próximos atores não tenham com quem aprender o sentimento de coleguismo. A cada um bom que vai, a gente se entristece".
Edwin Luisi
"Era um amigo, um avô, um tio que a gente tinha sempre por perto e adorava. Ele cozinhava muito bem. Vivia nos dando receitas nos bastidores. E era unanimidade sem dúvida!"
Stepan Nercessian
"Elias foi me ver no espetáculo Chacrinha. Já estava de cadeira de rodas, mas foi com alegria. O bonachão que ele fazia nos personagens existia dentro dele. Gleizer ajudou a construir a televisão brasileira. Ele imprimiu uma verdade em tudo o que fazia na vida".
Por Daniel Vilela, com colaboração de Guilherme Guimarães
Publicado na revista TITITI
Edição de 22/05/2015 n/ 871
Saudades sem fim
Fotos: Divulgação/TV Globo.
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