segunda-feira, 13 de junho de 2016

Um Personagem,Duas Novelas

Os crossovers invadiram a televisão brasileira
Tatá Werneck
Nenhum anúncio sobre o inovador final de Totalmente Demais causou tanta comemoração quanto a participação de Tatá Werneck no último capítulo do folhetim. Já na pele de Fedora (sua personagem em Haja Coração, substituta da trama de Marina Ruy Barbosa).
Luliana Paes
A comediante surgirá querendo ser capa da revista de Carol ( Juliana Paes). Fazendo um crossover (inserção de personagens de universos diferentes em uma mesma ambientação) entre as duas novelas, o objetivo da Globo é claro: apresentar a nova atração das 19h e usar o sucesso de Totalmente Demais como gancho.

Quem ficou radiante com a notícia foi a própria Tatá Werneck, que mal acreditou quando soube. "Liguei para o autor (Daniel Ortiz) para saber se era mesmo verdade. Aí,ele confirmou e me explicou: "Isso aí, Tatá. Você vai fazer duas novelas ao mesmo tempo. Fiquei desesperada, Mas achei muito maneiro também!", disse.

Contudo, não é a primeira vez que um crossover acontece na telinha e a própria Totalmente Demais já usou esse recurso quando Bino (Stênio Garcia), de Carga Pesada, ofereceu uma carona para Eliza.

Mas o primeiro registro do gênero na telinha foi em 1969, quando Lu (Regina Duarte), da novela Beto Rockfeller, encontrou Heloísa (Aracy Balabanian), de Nino, o Italianinho.  

'Jamanta não morreu'


Cacá Carvalho
De longe, o crossover de Jamanta (Cacá Carvalho) foi o mais bem sucedido. O personagem, portador de deficiência mental, trabalhava em um ferro velho e surgiu primeiramente em Torre de Babel (1998). Sete anos depois, voltou ao vídeo em Belíssima (2005), trabalhando na borracharia de Pascoal (Reynaldo Giannechinni). "Fico muito feliz. Se o público lembra até hoje, é sinal de que o Jamanta ainda vive dentro das pessoas. Elas lembram, através dele, de um momento feliz de suas vidas", acredita o ator Cacá Carvalho. 

'Na chon'
Aracy Balabanian
Dona Armênia (Aracy Balabanian), a mãe super-protetora, de visual extravagante e sotaque que misturava armênio e português, apareceu pela primeira vez em 1990, no folhetim Rainha da Sucata. Dona de uma escola de paraquedismo, a personagem tinha uma veia cômica e tentava controlar a vida de seus três filhos. E a senhora fez tanto sucesso que esteve também em Deus nos Acuda, dois anos depois. Sem 'os filhinhas' (que tinham abandonado a mãe), ela havia se tornado dona da pensão onde moravam a protagonista, Maria Escandalosa (Cláudia Raia) e o pai da moça, Tomás( Jorge Dória). Com saudades do personagem, Aracy contou como surgiu a inspiração para seu sotaque. "Percebia na convivência com os meus pais que eles trocavam muito o masculino e o feminino. Uma vez eu disse 'minhas filhinhas' e ficou muito engraçado, porque eram aqueles três marmanjos lindos sendo chamados assim. Foi uma loucura toral e todo mundo ria muito', relembrou.

Detetive de sucesso

Luis Gustavo
Mário Fofoca (Luis Gustavo) estava escalado para participar apenas do início de Elas por Elas (1983), mas o atrapalhado detetive particular fez tanto sucesso com o público que ficou por mais tempo. Ele havia sido contratado pela personagem Márcia (Eva Wilma) para investigar quem era a amante de seu marido, Átila, antes dele falecer, só que a moça acabou se apaixonando por Mário. Quase 30 anos depois, em 2010, o personagem voltou a aparecer na telinha, na ocasião, no remake de Ti-Ti-Ti. Na época, o ator contou que foi muito difícil reviver o famoso papel. "É estranho estar vestido novamente de Mário Fofoca. Está sendo um esforço terrível, porque tenho que lembrar como é que eu fazia as coisas. O Mário Fofoca tem uma característica muito difícil: é gago mental. Na época, eu fiz muito legal, peguei na veia mesmo, mas agora já faz muito tempo", explicou.Em Ti-Ti-Ti, Mário Fofoca foi contratado por Jaques Leclair (Alexandre Borges) e Jaqueline (Cláudia Raia) para desmascarar o estilística iniciante Victor Valentim (Murilo Benício) e, nessa tentativa, arrumou altas confusões. O detetive foi tão querido que, dez anos depois de Elas por Elas terminar, ainda ganhou uma série própria.

Texto: Luana Rodrigues

Publicado na revista TV Brasil n/n 844
Em dose dupla
Fotos: Globo/Divulgação

Nenhum comentário:

Postar um comentário