Ryan Eggold
Um médico idealista, cheio de humanidade e com uma antena excepcional para diagnósticos torna-se diretor de um grande hospital público de Nova York. Ele não tenciona apenas empurrar o barco, ignorando que seu casco está furado e fazendo água, como seus antecessores. Ao contrário: pretende sacudir os profissionais acomodados, abolir problemas atávicos e moralizar as contas. Esse herói é Dr. Max Goodwin (Ryan Eggold), o protagonista de “New Amsterdam”, série que chegou ao Globoplay.
Produzida por Peter Horton (de “Grey' anatomy”) e inspirada em histórias reais extraídas do livro do Dr. Eric Manheimer no Hospital Bellevue de Nova York (“Doze pacientes: Vida Vida e morte no Hospital Bellevue”), a série poderia se classificar entre os dramas médicos. Mas essa seria uma redução injusta. “New Amsterdam” não se limita a uma categoria. O roteiro abraça o romance, o mistério e até a aventura terrorista. São muitos tiros para acertar o espectador e o resultado é o entretenimento eficiente.
O episódio de estreia parte do momento em que Goodwin assume o cargo. Ele participa de um encontro com o corpo médico num auditório e, de cara, demite um grupo de cardiologistas por ineficiência. Em compensação, enxerga o talento de outra turma de profissionais e promete reforçar as equipes deles. Muitas pequenas histórias puxam os episódios, ajudando a compor o arco dramático maior. A precariedade de recursos da instituição é um tema que se reflete em subtramas. As filas de atendimento são imensas. Há os conflitos entre funcionários, os diagnósticos difíceis e as relações afetivas. No primeiro capítulo, um menino africano se interna com suspeita de ebola. A situação da febre é crítica e quem cuida dele precisa usar roupas especiais. A polícia investiga a possibilidade de terrorismo. Paralelamente, uma mulher é dada como morta, só que por engano. Dr. Goodwin é uma espécie de médico-bombeiro que vai debelando um incêndio atrás do outro. Esse Dr. House de bom coração tem intuição infalível não apenas para diagnosticar doenças, mas também para consertar comportamentos errados. Para contrabalançar esse poço de virtudes, o personagem tem um ponto frágil: está com câncer.
“New Amsterdam” congrega ingredientes de séries conhecidas e bem-sucedidas. Não espere grandes surpresas, e sim boa diversão. Tem tudo para fazer sucesso.
PATRÍCIA KOGUT
24/11/2019 - 07H00
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