segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Revelações, Emoções E Audiência No Topo: Sete Novelas Que Pararam O Brasil


Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker fizeram muito sucesso na novela Roque Santeiro

Fernanda Lopes
Publicado em 17/9/2020 - 6h55

Nesta sexta-feira (18), a televisão completa 70 anos no Brasil, e ao longo de todo esse tempo muitas novelas conquistaram e engajaram o público com suas histórias. Algumas, no entanto,se destacaram por tramas que deixaram o telespectador brasileiro grudado no televisor e conseguiram audiências altíssimas nos últimos capítulos. Na década de 1980, Roque Santeiro (1985) e Vale Tudo (1988) foram vistas por milhões de telespectadores. O mistério sobre a morte de Odete Roitman (Beatriz Segall), por exemplo, foi assunto no país inteiro.

Nos anos 2000, a cena em que Maria Clara (Malu Mader) estapeou Laura (Claudia Abreu) até tirar sangue foi aguardada e comemorada pelo público. A vilã de Celebridade (2003) foi tão carismática e perversa quanto Nazaré (Renata Sorrah), a megera de Senhora do Destino (2004). Já em 2012, o país parou para ver como seria o final de Carminha em Avenida Brasil.

Relembre sete novelas que marcaram a história da TV no Brasil:

Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker fizeram muito sucesso na novela Roque Santeiro.

Roque Santeiro (1985)

Após ser censurada pela Ditadura Militar (1964-1985) em 1975, Roque Santeiro finalmente foi produzida em 1985 e conquistou o público ao longo de quase um ano no ar. A mistura de religião, misticismo popular e  conquistou o público ao longo de quase um ano no ar. A mistura de religião, misticismo popular e política e o carisma de personagens como Roque (José Wilker), Viúva Porcina (Regina Duarte) e Sinhozinho Malta (Lima Duarte) geraram  altos números de audiência à Globo. 

Como contado no Livro do Boni, escrito pelo próprio José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, então diretor-geral da Globo, Roque Santeiro "deu picos de 100%. E olha que estamos falando de índice de audiência, e não de participação". Naquela época, os dados de audiência não eram medidos por pontos, e sim por porcentagem, com métodos e métricas diferentes dos atuais.

Susana Vieira viveu a babá ambiciosa babá Nice na primeira versão de Anjo Mau, em 1976

Anjo Mau, em 1976 

Em1976, a novela Anjo Mau, de Cassiano Gabus Mendes, fez muito sucesso com a história da babá
 ambiciosa Nice (Susana Vieira). No último capítulo, o público teve muita curiosidade para saber como seria o desfecho da protagonista, que estava grávida de seu patrão. No final, Nice morreu no parto --na época, foi especulado que o regime militar e um setor mais conservador da sociedade teriam exigido a morte dela, por ser um mau exemplo de conduta e uma mulher pobre que havia ascendido socialmente. O autor negou essa versão, e Susana Vieira até hoje comemora a audiência do capítulo final (diz ter chegado a 90%) sempre que tem oportunidade de falar sobre a novela.  

Beatriz Segall viveu a vilã Odete Roitman, que foi assassinada em Vale Tudo.

Vale Tudo (1988)

A resposta que o brasileiro aguardou com mais afinco ao longo do ano de 1988 foi a da pergunta "quem matou Odete Roitman?". O mistério só durou 13 dias, mas engajou o público do país inteiro. Houve apostas, rifas e até um concurso oficial para premiar quem acertasse o nome do assassino --no caso, assassina, Leila (Cassia Kis). A novela também fez muito sucesso ao retratar a desonestidade no Brasil e é até hoje considerada uma das melhores.

Susana Vieira, Carolina Dieckmann e Renata Sorrah em Senhora do Destino

Senhora do Destino (2004)

A história sofrida de Maria do Carmo (Susana Vieira) rendeu um enorme sucesso à trama de Aguinaldo Silva. Em Senhora do Destino, a protagonista nordestina conquistou o público com sua busca pela filha que lhe fora roubada ainda bebê por Nazaré (Renata Sorrah). Ainda que muito perversa, a vilã caiu nas graças dos telespectadores, e anos depois da exibição original Nazaré se consolidou como um grande meme nas redes sociais. Senhora do Destino foi a novela de maior audiência dos anos 2000: teve média geral de 50,4 pontos. E ainda foi reprisada duas vezes no Vale a Pena Ver de Novo, em 2009 e 2017, também com bom ibope.

Cena da surra de Maria Clara (Malu Mader) em Laura (Claudia Abreu)

Celebridade (2003)

 Assim como Vale Tudo, Celebridade também teve um misterioso assassinato que prendeu os telespectadores até o final: quem matou Lineu (Hugo Carvana)? Além dessa trama, a novela teve muitos personagens carismático que proporcionaram entretenimento ao público, como a alpinista social Darlene (Deborah Secco).

No entanto, a cena mais esperada foi a da violenta vingança da mocinha Maria Clara (Malu Mader) contra sua inimiga, Laura (Claudia Abreu). O capítulo em que a protagonista prendeu a rival no banheiro e a espancou teve média de 57pontos no Ibope, atrás apenas do capítulo final.

O casal Tarcísio Meira e Glória Menezes em cena de Irmãos Coragem .

Irmãos Coragem (1970)


Com três protagonistas homens (e com o casal já tradicional da TV, Tarcísio Meira e Glória Menezes), a novela de Janete Clair alcançou grande abrangência, e homens passaram a assumir que viam o folhetim
também. Pela primeira vez uma novela ultrapassou os 85% de audiência. O diretor Daniel Filho contou em seu livro, Antes que Me Esqueçam, que Irmãos Coragem superou até o ibope da final da Copa do Mundo de 1970, em que a seleção brasileira se sagrou tricampeã. "Acho que foi a primeira vez que uma novela estourou de ponta a ponta no Brasil, atingindo índices fantásticos de audiência. Deu mais audiência que a final da Copa de 70. O jogo foi num domingo ,no dia seguinte, a audiência da novela foi maior", relatou Filho. 

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Adriana Esteves brilhou muito como Carminha em Avenida Brasil (2012)

Avenida Brasil (2012) 

Avenida Brasil foi a primeira novela que bombou muito nas redes sociais. Todos os dias, o público no Twitter comentava os capítulos, brincava com fotos congeladas e subia a hashtag #OiOiOi, em referência à abertura. Os embates entre a vilã Carminha (Adriana Esteves) e a mocinha Nina (Débora Falabella) também empolgaram. No último capítulo, houve a expectativa do ONS (Operador Nacional do Sistema, que controla a distribuição de energia elétrica) de que acontecesse um efeito chamado "rampa de carga". Nos primeiros minutos após um evento de grande audiência, as pessoas voltam a se dedicar a atividades que tinham deixado para depois (como tomar banho, abrir a geladeira).

Esse aumento súbito de consumo de eletricidade em muitas casas pode gerar uma demanda maior do que o fornecimento de energia é capaz de atender e provocar um apagão. Por prevenção, o ONS determinou que as operadoras gerassem com capacidade ociosa. As medidas funcionaram, e não houve blecaute após os créditos subirem na tela.

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