terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Sissi, a Imperatriz

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Sissi
Sissi (PRT/BRA)

Comportamento

Sissi, a imperatriz: Conheça a história da personagem cuja vida ainda encanta

Audaciosa e trágica, a vida da “Mulher do Século”, na definição do biógrafo Matteo Tuveri, inspira uma nova série no streaming e mostra que sua história ainda desperta o interesse de todos

Ousada Cabelos longos foram a marca registrada da imperatriz: depois das tragédias, a bela Sissi passou a usar apenas vestes escuras (Crédito: Divulgação)

Denise Mirási

Nascida Elisabeth Amalie Eugenie da Casa de Wittelsbach, aquela que ficou famosa como a ensolarada Sissi, a Imperatriz, retratada no filme de 1956, estrelado por Romy Schneider, na verdade sintetizava a melancolia da Era Vitoriana.

Era uma mulher audaciosa, mas que passou a vida sofrendo com tragédias pessoais. 

Foi responsável também pelas primeiras sementes do que seria o feminismo nos rebeldes anos 1960.

 Sua história inspirou a nova série A Imperatriz, que tem como foco principal as intrigas na Corte de Viena.

Criada por Katharina Eissen para a Netflix, a produção tem à frente os diretores Katrin Gebbe e Florian Cossen, além da atriz alemã Devrim Lingnau no papel principal. 

Mais um caso em que a beleza de Sissi, a paixão pela vida ao ar livre, viagens, poesias e desilusões, tornou-se tema para obras de arte. Sua trajetória já inspirou diversos meios, de filmes a livros, de peças de teatro a balés, ao longo dos 125 anos desde seu assassinato, em 1898.

Sissi teve uma vida de desafios sociais e aventuras, mas também de períodos de profunda depressão após a morte da filha Sophie, de apenas dois anos. Mais tarde, sofreu com o suicídio (ou homicídio não elucidado) do filho Rodolf, aos 30 anos.


AtentadoA morte de Sissi, aos 50 anos: atingida por um anarquista italiano, em Genebra (Crédito:Divulgação)

Esguia e alta para a época (com 1,72 m, não se permitia pesar mais que 50 kg), a imperatriz adotou roupas escuras, em luto permanente.

Mas, paradoxalmente, fazia ginástica, tornou-se exímia amazona e, aos 50 anos, começou a jogar esgrima. Tratava dos longuíssimos cabelos com uma mistura de ovos e conhaque.

Cuidava da pele, com loções e cremes, mas também da alma: além do alemão, falava francês, inglês e húngaro.

Passava as noites escrevendo poemas com fortes traços de ironia ou apreciando romances e livros de filosofia. 

Viajava por terra, mar e ar, entre o Mediterrâneo e regiões do Triestre, Dalmácia e Grécia, com predileção pela ilha de Corfu. 

Teve até um vagão-dormitório construído especialmente para ela para os deslocamentos por trem.

Nobre e indomável

A vida de Sissi era bem mais fácil na infância, quando percorria a cavalo os campos ao redor do castelo Possehnofen, à beira do lago Starnberg, onde a família morava no verão.

No inverno de 1837, quando nasceu a segunda filha de Maximilian, o duque da Baviera, com a princesa Ludovika, a residência era o palácio Herzog-Max, em Munique – que passaria a ser parte do Império Alemão em 1871).

A partir dos 16 anos, a vida deixou de ser tão bela: a tia Sophie, que não queria uma estranha como nora, promoveu uma visita das sobrinhas Helene e Elisabeth, a Sissi, ao filho Franz Joseph, de 23 anos, e imperador da Áustria desde os 18. 

O casamento de Sissi e Franz Joseph, em 1854, em Viena, se deu em meio ao sufocante clima da Corte de Habsburgo.

Com pouco mais de 30 anos, Sissi já não permitia fotos e retratos seus, escondendo-se atrás de guarda-sóis e leques. 

Era adepta de certas modernidades: bebia cerveja, fumava e andava de moto, deslocando-se incansavelmente com uma identidade falsa. Morreu durante uma viagem a Genebra, aos 60 anos, assassinada pelo anarquista italiano Lugi Lucheni, com a ponta de uma faca fina que atingiu o seu coração.

Além da nova série A Imperatriz, que segue o rastro da trilogia Sissi para o cinema, de 1950, interpretada por Romy Schneider e dirigida por Ernst Marischka, a história de sua vida inusitada continua sendo remodelada e recontada.

Até no Japão a imperatriz está representada: ela inspirou um musical, em cartaz no teatro Takarazuka Revue desde 1995. A escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís teve seu romance A Corte do Norte, de 1987, transformado em filme pelo diretor João Botelho, em 2008.

No ano seguinte, foi tema de uma minissérie produzida por alemães, austríacos e italianos, com a italiana Cristiana Capotondi no papel principal.

Quem quer conhecer os cenários onde a imperatriz viveu pode visitar palácios por onde Sissi circulou na Europa, e ver mobílias, baixelas, vestimentas, retratos e obras de arte da família.

Um dos mais conhecidos é o Museu Sissi, que fica no complexo do Palácio Imperial de Viena, na Áustria, conhecido com Hofburg.

Romy Schneider como Sissi
É o ano de 1853.

A então princesa Isabel da Baviera , de 15 anos, acompanha sua mãe e irmã mais velha Helena para a corte austríaca em Bad Ischil, onde o noivado entre Helena e o jovem imperador Francisco José II, seu primo-irmão, será anunciado.

Este, contudo, apaixona-se pela outra prima, Isabel (mais conhecida como Sissi), enquanto ela está pescando.

Sissi também ama Francisco José, mas o casamento encontrará a oposição da exigente mãe do imperador, a arquiduquesa Sofia.

- Sissi faz parte de uma trilogia e foi seguido por Sissi, a Imperatriz (1956) e Sissi e seu Destino (1957);-

A atriz Rommy Scheneider interpretou a protagonista nos três filmes

Pedro II & Sissi

Na viagem do Imperador brasileiro à Europa, em 1871, ele conheceu Sissi, a Imperatriz consorte da Áustria, Rainha consorte da Hungria e Boemia, duquesa da Baviera, resumidamente, a Imperatriz do Império Austro-húngaro.

O encontro de Pedro II com Sissi ocorreu em Paris, informalmente, devido a uma situação meramente ocasional que os colocou no mesmo lugar.

Era temporada de compras em Paris, Sissi encontrava-se com suas damas de companhia fazendo suas comprinhas até que, num desses intervalos entre uma loja e outra, Sissi entrou em um café para descansar.

O dono do estabelecimento reconhecendo que a dama se tratava da Imperatriz da Áustria, imediatamente fechou as portas e resolveu expulsar todos os clientes, para deixar Sissi mais à vontade possível.

Ocorre que um desses clientes expulsos era ninguém menos que Dom Pedro II do Brasil.

Ouviu-se muitos gritos dos próprios funcionários do café avisando ao dono do empreendimento:

"Esse não pode expulsar!!! É Vossa Majestade Dom Pedro II, Imperador do Brasil!!!"

O circo estava formado.

A confusão chamou a atenção de Sissi, que já percebia o dono do estabelecimento pedindo perdão literalmente de joelhos chorando à Pedro II.

Sissi acabou chamando Pedro II para compartilhar a mesa, e lhe confessar que tinha coleções de joias e artesanatos brasileiros.

"Vossa majestade, possuo um viveiro na Boêmia com vários pássaros do Brasil, são os mais bonitos e exuberantes!"

Pedro II não foi muito caloroso como era de sua costumeira personalidade, pois, ele havia sido informado sobre a fama de Sissi, de ser extremamente arrogante e com humor ácido.

E, mesmo assim, os dois ficaram cerca de duas horas conversando.

Embora não tivesse sido uma conversa de rico conteúdo, foi o suficiente para Pedro II perceber que a fama de Sissi, dita arrogante, era exagerada.

Mas fútil sim, ela era em demasia.

Diário de Pedro II:

"Hoje conheci a famosa imperatriz da Áustria, em um café perto do hotel pelo simples acaso.

Não tenho muito o que escrever sobre ela, mas sua beleza física realmente era notável e o luxo quase circense que a envolvia também.

Conversamos sobre o Brasil, a natureza, cavalos, aves e convites mútuos de ela ir ao Brasil e eu ir a Viena para um baile.

Ela tem uma aparência de uma princesa de contos de fadas e seus gestos eram meticulosamente calculados.

Uma imperatriz esteticamente perfeita para os livros de fantasia, porém, sem muita cultura ou interesse por assuntos com conteúdo mais vastos, era claramente polida e educada, pois menos do que esperado devido sua posição tão grandiosa que ocupa.

Uma imperatriz linda e luxuosa de um império lindo e luxuoso.

Tocamos no assunto de nosso parentesco devido minha augusta mamãe Leopoldina ter sido Arquiduquesa da Áustria, mas o espelho que uma das damas de companhia segurava milimetricamente posicionado ao rosto da imperatriz chamava mais sua atenção do que qualquer outro assunto"

“Lembrei-me de minha augusta esposa Imperatriz também no vasto Império do Brasil e como a conheço com seu humor napolitano estaria a segurar os risos em certos momentos da conversa” “Minha Teresa é Imperatriz como “Sissi”, mas conversa por horas com qualquer intelectual como ninguém!

“Teresa tem vertiginosa preguiça para assuntos como joias, roupas, maquiagens e Vossa Majestade acha disto um grande afrodisíaco em nossa longa união”

"Diário de Pedro II", disponível na Biblioteca Nacional RJ e no prédio anexo do acervo particular do Museu Imperial de Petrópolis RJ.

Sissi foi a Imperatriz da Áustria entre os anos 1854 até 1898, ano de sua morte. Elisabeth foi esfaqueada por um anarquista italiano chamado Luigi Lucheni enquanto viajava para a Suíça. Ela morreu do ataque em 10 de setembro de 1898, aos 60 anos.

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