Por Gorete Costa- Atualizado em 23 de maio de 2024, 08:54h
Compreendendo o Papel da Cedilha
A cedilha (ç) é um sinal diacrítico que, quando combinado com a letra “c”, produz o som de “ss”. Essa combinação única é utilizada em várias situações específicas da língua portuguesa, tornando-se essencial compreender seu uso correto.
A cedilha tem suas raízes na língua espanhola, onde um pequeno “z” era colocado abaixo do “c” para indicar o som de “s”. Embora não seja mais utilizada no espanhol moderno, a cedilha permanece como uma característica distinta do português.
Por que a Cedilha Não Faz Parte do Alfabeto?
Muitos se perguntam por que a cedilha não é considerada uma letra do alfabeto português. A razão é simples: ela é um sinal diacrítico, assim como o acento agudo (´), o acento circunflexo (^) e o til (~). Esses sinais são adicionados às letras para modificar sua pronúncia ou indicar uma mudança de som, mas não são considerados letras independentes.
Regras para o Uso da Cedilha
Embora o uso da cedilha possa parecer complicado à primeira vista, existem regras claras que orientam sua utilização correta. Vamos conhecer algumas dessas regras em detalhes.
1. Palavras de Origem Árabe, Indígena ou Africana
Uma das principais regras para o uso da cedilha é sua aplicação em palavras de origem árabe, indígena ou africana.
Exemplos comuns incluem “açafrão”,
“açaí”,
“cachaça”,
“caçula” e
“muçulmano”.
Nessas palavras, a cedilha é utilizada para preservar a pronúncia original e manter a autenticidade de sua origem.
2. Uso dos Sufixos -SSÃO, -SÃO ou -ÇÃO
Outra regra importante envolve o uso dos sufixos “-ssão”, “-são” ou “-ção”.
Quando o verbo primitivo termina em “-mer”, “-mir”, “-ter”, “-tir”, “-der” ou “-dir”, geralmente utilizam-se os sufixos “-ssão” (após vogal) e “-são” (após consoante). Por exemplo:
Apreender – apreensão
Imprimir – impressão
Admitir – admissão
Converter – conversão
No entanto, existem exceções a essa regra, como “reter – retenção” e “obter – obtenção”.
Quando o verbo primitivo possui outra terminação, usa-se o sufixo “-ção”, como em “narrar – narração” e “corrigir – correção”.
3. Uso da Cedilha Após Ditongos
A cedilha também é utilizada após ditongos, como em “eleição”, “traição” e “feição”.
Essa regra garante a pronúncia correta dessas palavras e evita confusões com outras combinações de letras.
O Desafio de Distinguir “Caçar” e “Cassar”
Um dos casos mais desafiadores no uso da cedilha envolve a distinção entre as palavras “caçar” e “cassar”.
Embora possam soar semelhantes, elas têm significados completamente diferentes.
“Caçar” significa abater um animal ou presa, como em “É proibido caçar animais silvestres”.
“Cassar”, por outro lado, refere-se à retirada de um mandato de um político, como em “O Congresso deve cassar o mandato do deputado”.
Essa distinção sutil, mas determinante, destaca a importância de compreender as regras ortográficas e aplicá-las corretamente.
Quando Utilizar “SS” em Vez de “Ç”?
Enquanto a cedilha é usada em situações específicas, o uso do “ss” é mais abrangente. Em geral, o “ss” é utilizado em palavras que não se enquadram nas regras para o uso da cedilha.
Por exemplo, em palavras como “passo”, “massa” e “impressão”, o “ss” é usado para representar o som de “s” prolongado ou reforçado. Essa combinação de letras é amplamente utilizada na língua portuguesa e é essencial para a escrita correta de muitas palavras.
Casos Especiais: “Seção”, “Cessão” e “Sessão”
Outra área que pode gerar dúvidas é a distinção entre as palavras “seção”, “cessão” e “sessão”. Embora possam parecer semelhantes, cada uma tem um significado distinto.“Seção” é derivada do verbo “seccionar” e significa “repartição” ou “divisão”.
“Cessão” vem do verbo “ceder” e implica “doação” ou “transferência”.
“Sessão” refere-se a uma “reunião” ou “encontro”.
Compreender essas sutilezas é fundamental para evitar erros de comunicação e garantir a precisão na escrita.
Distinguindo “ss” do “ç”. Imagem: Divulgação
A Importância da Prática e do Estudo Contínuo
Dominar o uso correto do “ss” e da cedilha (ç) requer prática e estudo contínuo.
Gorete Costa
Graduada em Serviço Social pela Universidade do Norte do Paraná (Unopar), Gorete Costa é especialista em comunicação, atuando como radialista em programas jornalísticos e de entretenimento, além de produção e revisão de textos informativos para sites e blogs.
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