quinta-feira, 28 de abril de 2011

Onélia Queiroga - World Trade Center


um conto-uma crônica
Em 1995, como Presidente da Associação das Esposas dos Magistrados da Paraíba - AEMP, encetávamos a 1ª viagem internacional da entidade aos Estados Unidos da América, sob o comando de Serafim Ribeiro Coutinho, da Societá Turismo. No roteiro estava New York, em primeiro lugar, com a Estátua da Liberdade, depois o Hilton and Towres, as famosas avenidas, o Majestic Theatre, o Centro Park. Vimos também a atração que constituia o orgulho dos americanos e o deslumbramento dos turistas : as Torres Gêmeas, World Trade Center.


Imponentes, eram vistas de onde estivéssemos, tocando o céu. Expressavam poder e fascinio. Era o maior atestado do poder econômico da América. Do seu The View of The World, podíamos divisar toda a cidade lá do alto, admirar o Empire State e o colossal King Kong. Ante tamanho império, sentíamo-nos diminutos insetos.

O World Trade Center parecia inexpugnável. A história, contudo, registra a marca selvagem do homem. Uns constroem; outros vêm e destroem. Das sete maravilhas do mundo restou, apenas, a grande Pirâmide; do Coliseu, a metade; das Torres Gêmeas, nada.

Foi deveras real e chocante a cena dantesca, a queimar, a expelir labaredas e compacta fumaça invasora! Dentro do avião, uma nova versão de kamikaze, que ameaça com o espectro de nova guerra, caso persistam as ações desses homens convertidos em bombas humanas.

O Cordeiro de Deus veio ao mundo pregar o amor, a verdade e a vida. Os que apregoam a guerra acreditam na alucinógena idéia de matar, como missão divina, em prol da grandeza do seu país. Acontece que a dimensão de "ser grande" não se traduz sob forma de poder material. Pelo contrário, essa dimensão está ligada à parte invisível do ser, única capaz de levar a humanidade à verdadeira paz e felicidade.

O pacto com a morte, selado pelos pilotos suicidas japoneses, ressurge na "forma" de terroristas, com força total de autodestruição premeditada, estarrecendo a todos, ao promover novo tipo de holocausto. Que o sacrifício dos inocentes sirva como um tributo paradoxal e aviso derradeiro aos povos do mundo inteiro. Uma mensagem de que se, não pararem de guerrear, só lhes resta uma alternativa: enfrentar o apocalipse.

Onélia Setúbal Rocha de Queiroga.
Escritora e Professora de Ciências Jurídicas
da Faculdade de Direito da UFPB.
Colunista do Caderno 2, página Cultura,
do jornal “ Correio da Paraíba”.


Histórias Orbícolas.
Páginas 61, 62 e 63.

Nenhum comentário:

Postar um comentário