Pesquisas ainda são recentes, mas USP já tem disciplina de zooterapia em cursos de graduação e pós.
A Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP) foi a primeira do Brasil a oferecer na sua grade curricular da graduação e da pós-graduação a disciplina zooterapia. A idealizadora da cadeira, a professora Maria de Fátima Martins, explicou que as pesquisas sobre os benefícios da interação com os animais, no Brasil, anda estão muito no começo, mas que os projetos estão ganhando espaço na academia.
As pesquisas comprovaram que, quando uma pessoa afaga um animal, libera os chamados hormônios do bem, neurotransmissores que deixam as pessoas mais felizes. "Nós somos um conjunto de hormônios. O cortisol, por exemplo, é um que deixa as pessoas depressivas, tristes. Quando interagimos com os animais, liberamos a serotonina, que é antagonista do cortisol. Porém, isso acontece quando a pessoa tem um histórico de empatia com os animais. Se ela não gosta, tem medo ou fobia, o efeito pode até ser o contrário", explicou.
Na prática, os resultados dos estudos mostram que essa interação traz melhorias na saúde - física e mental - das pessoas.
Um dos projetos da disciplina, coordenado pela professora Maria de Fátima Martins, é o "Desenvolvimento a afetividade de idosos institucionalizados, através dos animais". Desde 2006, quando foi implantado, vem repercutindo na saúde dos idosos de forma positiva, proporcionando um aumento da afetividade, do ânimo e da socialização dos idosos.
Para o projeto são usados cães de várias raças e pássaros.
A disciplina atua em duas linhas, terapêutica e educacional. Nas duas, os alunos podem por em prática a teoria em projetos executados pela professora. Num deles, ela leva o seu gato para um abrigo de idosos. "É um gato terapeuta que eu mesma treinei. Ele é ótimo com os idosos", comentou.
Serotonina
A interação com bichos produz serotonina, que combate o cortisol, hormônios da tristeza.
Amanda Carvalho
Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição 16/06/2013
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