O povo unido e nas ruas é forte. As manifestações que se disseminam Brasil afora simbolizam um fenômeno avassalador de mobilização e conscientização nacional, mas se não soubermos aproveitar esse momento o grito das vozes roucas e a marcha dos descontentes pode terminar nas manchetes de jornais. E só.
A hora é agora. O volume e a força dos protestos, principal ponto de debate nos últimos dias, tem poder suficiente para pautar as questões inadiáveis do Brasil e forçar o poder público a reinventar o País, hoje melhor do que ontem, mas ainda muito, mas muito distante do nosso potencial e da necessidade da nossa gente.
O arrodeio é só pra pregar o óbvio. Que protestemos contra todo o falido modelo em vigor, mas foquemos em algumas questões básicas e lutas antigas. Chegou a hora do Brasil, de um extremo a outro, sentir vergonha dos salários dos seus professores e policiais militares, por exemplo, duas categorias estratégicas e historicamente sufocadas.
É inadmissível que uma Nação com o nosso fôlego econômico pague, de forma justa, R$ 20 mil a um auditor fiscal e faça o magistério, uma classe fundamental ao desenvolvimento do país, passar pelo vexame de receber uma miséria de R$ 1.500, ou um soldado de polícia, que arrisca a própria pele, perder o estímulo de proteger a sociedade cada vez que olha para o próprio contra-cheque.
O novo Brasil que as ruas clamam precisa eleger novas prioridades. A volta espontânea, sem garroteamento, do povo às praças e avenidas é uma demonstração inconfundível de que não dá mais para adiar. Os brasileiros têm pressa. Hoje, a Paraíba escreverá seu capítulo nessa história porque aprendeu com um dos seus que "quem sabe faz a hora e não espera acontecer".
Heron Cid
Jornalista e Repórter Político da Rede Correio SAT de Rádio,do programa Correio Debate e da Rádio CBN João Pessoa.Publicado no jornal Correio da Paraíba
Caderno Política
Edição de 20/06/2013
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