1 - Poder tem que poder
A sociedade da Paraíba - ou qualquer outra - não pode ficar a mercê de bandidagem. É preciso dar um basta nessa história de bandido telefonar para programas de rádio e ditar as normas que têm que ser obedecidas nos presídios, sob pena de fazer isso ou aquilo. Não pode, não é direito. E o Governo tem que agir com o máximo de rigor.
Na sexta-feira última, um bandido ligou para o programa de Samuka Duarte para dizer: "Se não fizerem o que queremos, se não trocar o secretário de Administração Penitenciária, nós vamos virar a cadeia". Não foram atendidos e, ontem, promoveram uma rebelião no Roger.
Mas as autoridades agiram imediatamente, com muito rigor, e botaram os pontos nos ii. É assim que se faz. Bandido tem que ficar na sua cadeia, à margem da sociedade porque esteve solto à margem da lei e não deu certo.
A reação da bandidagem nos presídios é a prova mais evidente de que o Governo do Estado procedeu corretamente ao colocar o Walber Virgolino na Secretaria de Administração Penitenciária. Ora, por que os bandidos querem tirá-lo? Evidentemente, porque as coisas, nos presídios, deixaram de ser feitas de acordo com a vontade dos bandidos.
As leis e o tratado internacional inerente aos Direitos Humanos tem que ser respeitados? Tem sim. Agora, é preciso lembrar que os direitos dos presidiários e bandidos terminam onde começa o da sociedade. Se eles não querem obedecer, tem que sentir o rigor da lei e da ação policial. Eles têm que serem postos no lugar deles, custa o que custar e doa em quem doer. O Estado não pode se deixar fazer amedrontado por bandidos.
O resto, a sociedade entende e aplaude...
2 - Acerca de violência
Pior do que não combater a violência, de forma satisfatória, é tentar camuflar os seus índices crescentes. Neste caso, chega até causar a impressão de que se está zombando da sociedade.
Os cidadãos paraibanos estão cada vez mais encurralados com o crescimento da violência em todos os recantos do Estado. O Governo, porém, insiste em plantar na imprensa a informação de que a violência esta diminuindo. Parece zombaria.
Alguém de sã consciência poderá mencionar em que outra época de sua história a Paraíba e João Pessoa foram tão violentas como agora? Não! Não há registro que jamais tenhamos chegados a um nível de criminalidade de agora. Mas o governo nos insulta com números, segundos os quais estamos numa escalada decrescente de criminalidade.
No instante em que alinhavo essas linhas, se passaram apenas 18 dias do novo ano, ao longo dos quais já foram registrados mais de 40 homicídios. Ops, já aumentou: Emerson Machado acaba de tuitar que aconteceram mais três, agora, somente na Capital. Quantos terão acontecidos ao final dessas noventa linhas que vão a seguir?
A escalada da violência é assustadora. Vai de canto a canto do Estado. Das áreas mais nobres da Capital à zona rural; aos sítios e fazendas - estes cada vez mais visitados pela bandidagem.
No município de Serraria, conhecida pelas paisagens, clima e tranquilidade, num só dia oito famílias fizeram as malas às pressas, botaram os cacarecos em cima de um caminhão e se mandaram para zona urbana de Arara. Gente que está sendo expulsa pela bandidagem dos lugares onde nasceram e viviam em paz. São verdadeiros exilados em sua própria terra.
É comum aqui no Brejo, ouvir o lamento dos velhinhos saudosos de suas casinhas, do seu habitat, que construíram à base de muito esforço ao longo da vida, puxando cobra p'ros pés com a enxada. Todos insatisfeitos com o estilo de vida da cidade, onde a violência não é menor, mas pelo menos têm quem lhe ouça se gritar por socorro...
Como se não bastasse a falta de ação efetiva do Estado, ainda vem aqueles números que afrontam a inteligência das pessoas, de uma queda da violência que só o governador Ricardo Coutinho e auxiliares conseguem enxergar.
Heron Cid
Jornalista e Repórter Político da Rede Correio SAT de Rádio,do programa Correio Debate e da Rádio CBN João Pessoa.
Publicado no jornal Correio da Paraíba
Caderno Política
Edição de 29/01/2013
Edição de 20/01/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário