quarta-feira, 30 de julho de 2014

Saúde Mental

Aprenda a reconhecer os sintomas da demência precoce, doença que atinge Selma, da novela "Em Família"

Ana Beatriz Nogueira

Quem está acompanhado a novela "Em Família" já sabe que Selma (Ana Beatriz Nogueira) vem apresentando algumas mudanças no seu comportamento, como esquecimento e confusão mental. A mãe de Laerte (Gabriel Braga Nunes) se esqueceu de dar dinheiro para Mauro (Remo Rocha) pagar as contas e se irritou ao ver que realmente havia se enganado. Além disso, ela também quase saiu de casa calçando um pé de tênis e outro de sandália, causando preocupação em Ceiça (Ju Colombo). Conhecido por colocar em suas novelas temas médicos, Manoel Carlos, autor do folhetim, havia adiantado que a personagem sofreria com senilidade ou demência precoce, que acontece antes dos 65 anos de idade em homens e mulheres.

De acordo com André Felício, neurologista e pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, a demência possui estreita relação com o envelhecimento cerebral. Por isso, é mais comum em idosos, mas pode ocorrer precocemente. A doença degenerativa (que sofre alteração para pior) é causada pelo acúmulo anormal de uma proteína no cérebro (formando placas senis), além de alterações patológicas dentro das células nervosas.

Diagnóstico

É necessário ficar atento aos sinais quando eles começam a se repetir. Mas, para ter certeza do que se trata, o recomendado é uma visita ao médico, como afirma Felício: "Procure um neurologista para fazer uma boa entrevista médica, exame físico e a partir daí, exames complementares de sangue, imagem e o que se julgar necessário".

Alguns dos sintomas da demência precoce são: perda de memória para fatos recentes, alterações no modo de falar, dificuldade para realizar tarefas motoras em sequência e para reconhecer imagens, rostos, figuras, objetos colocados nas mãos e barulhos familiares e alterações de comportamento e no ciclo do sono.

Exercícios pode ser bom

Embora ainda não haja cura para a senilidade precoce, especialistas indicam que as pessoas que mantêm o cérebro ativo podem amenizar a doença. Desde simples palavras cruzadas, pequenos aprendizados diários, até cursos e exercícios físicos podem ser benéficos, não apenas para evitar problemas no envelhecimento, mas para chegar à "melhor idade" com disposição e saúde.

Outro ponto crucial é o apoio dos familiares de quem passa por essa situação - há muitas maneiras de ajudar e ter paciência é vital. "É um desafio enorme. O cuidador precisa ser ouvido e necessita da atenção de uma equipe multidisciplinar, mas, sem dúvidas, deve ser orientado adequadamente sobre a doença", aconselha o neurologista. Com atenção, compreensão, paciência e amor é possível enfrentar essa batalha.

Por Carolina Rossini

Publicado na revista Minha Novela
Edição de 16/05/2014 nº 767
Foto: Renato Rocha Miranda/Rede Globo

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