um conto-uma crônica
Sua beleza é algo indescritivelmente sublime e inesquecível. Sua calçada é internacionalmente conhecida, pois seu desenho se harmoniza com as ondas do mar, com o céu de azul intenso que abriga o sol de 40 graus, a espalhar o amarelo das saborosas cervejas e do chope. Sua graça é simetria das sereias que tanto inspirou violões poéticos e corações apaixonados.
Não é a toa que o maestro Jobim a exaltava cantando:
"Existem praias tão lindas cheias de luz
Nenhuma tem o encanto que tu possuis
Tuas areias, teu céu tão lindo
Tuas sereias sempre sorrindo
Copacabana, princesinha do mar
Pelas manhãs tu és a vida a cantar
E a tardinha o sol poente
Deixa sempre uma saudade na gente
Copacabana o mar eterno cantor
Ao te beijar ficou perdido de amor
E hoje vive a murmurar
Só a ti, Copacabana
Eu hei de amar".
Recentemente, te visitei. Como antes, ali estava o cenário exuberante. Mas, havia algo que arranhava o encanto daquele quadro natural de grandiosa formosura. O homem, sempre ele, vem te maltratando. Nas águas do teu mar, uma faixa grande de resíduos, decorrentes da poluição, boiava, manchando tua beleza. Tinha, ainda, algo que incomodava muito: o mau cheio dos esgotos.
Esse mal cheiro não senti só no cenário de Copacabana, mas desde a saída do aeroporto do Galeão, quando passamos pelo complexo da Maré, pelo Aterro do Botafogo e pela Lagoa Rodrigues de Freitas. Maratona, meia maratona, ou provas similares, tudo isso, na imagem da TV, é bacana. Não se pode dizer o mesmo quanto aos participantes, que correram "sob incentivo" do insuportável mau cheiro.
Até quando isso vai perdurar? 2016 é ano de Olimpíadas. independentemente, precisamos perfumar a princesinha e devolver todos os seu encantos, antes que a sujeira do homem a destrua de vez.
Onaldo Queiroga é Juiz de Direito
Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição de 06/9/2015
Opinião
Foto: en.wikipedia.org.4288x2848Pesquisa por imagem
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