quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Militantes Das Ligas Camponeses Da Paraíba

 João Alfredo Dias
João Alfredo desapareceu após ser solto
João Alfredo Dias, conhecido como Nego Fuba, nasceu em Sapé. Militante do PCB, foi um dos organizadores das Ligas Camponesas que mobilizaram milhares de trabalhadores em busca de seus direitos. Foi vereador, perseguido, preso e torturado. Desapareceu aos 32 anos em setembro de 1964, após  cinco meses de prisão no Quartel do 15º Regimento de Infantaria, em João Pessoa. Solto no dia 7 de setembro, nunca mais foi visto. Dois dias depois, a imprensa noticiou que dois corpos carbonizados foram encontrados em uma estrada entre Campina Grande e Caruaru. Um deles seria o de Nego Fuba. 

Pedro Inácio de Araújo
 Pedro Inácio nunca foi encontrado
O outro corpo encontrado seria o de Pedro Inácio de Araújo, conhecido como Pedro Fazendeiro, natural de Itabaiana, também filiado ao PCB, e  também preso no mesmo quartel do Exército. Pedro Fazendeiro trabalhou com João Pedro Teixeira, outro camponês assassinado antes do regime militar, na estrada de Café do Vento, entre a BR-230 e Sapé. Pedro Fazendeiro foi vice-presidente da Liga Camponesa de Sapé e integrante da Federação das Ligas. Desaparecido no mesmo dia em que foi solto, juntamente com o companheiro Nego Fuba. Até hoje não se sabe, ao certo, o que aconteceu aos dois. 

 Margarida Maria Alves
Margarida foi assassinada a tiros em 1983
Margarida Maria Alves foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande. Lutava por direitos iguais para os trabalhadores da região canavieira da Paraíba. Reivindicava carteira assinada, 13º salário, férias e jornada diária de 8 horas de trabalho.Margarida morreu no dia 12 de agosto de 1983, na porta de sua casa, na frente do marido e dos filhos, com um tiro de espingarda calibre 12, no rosto, a mando de fazendeiros da região. Ela tinha 51 anos de idade. Margarida não era militante de esquerda. Tinha simpatia pela Arena, o partido do Governo Militar.

João Roberto Borges de Souza
João Roberto morreu por afogamento
Natural de João Pessoa, João Roberto Borges de Souza era estudante de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foi criado em Cabedelo, onde morava com a família. Militante de esquerda, ele era coordenador da Ação Popular (AP) teve seus direitos estudantis cassados. Foi preso e torturado várias vezes. Teve que fugir e acabou se escondendo num sítio no município de Catolé do Rocha, no Sertão.Morreu afogado, aos 22 anos de idade, em circunstâncias misteriosas, em um açude da zona rural de Catolé, no dia 10 de outubro de 1969. Até hoje, há dúvidas sobre sua morte.

Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição de 13 de dezembro de 2015
Política 

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