sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Rumos Alterados

Confira as tramas que passaram por mudanças nas histórias originais em busca de melhores audiências

A preocupação quando uma novela estreia é se a história vai agradar ao público e ter uma boa audiência. Quando isso não acontece, o jeito é usar a criatividade para vencer a crise. Atualmente a Regra de Jogo, da Globo, está na berlinda por melhores índices. A emissora não nega dificuldades e através de uma pesquisa com os telespectadores, procurou entender o que não estava indo bem. Um dos motivos apontados foi a forma confusa e repetitiva da trama.
Cauã Reymond e Cássia Kis
A morte de Djanira (Cássia Kis), pode ter sido um recurso para alavancar a audiência em A Regra do Jogo 
O jeito foi mexer na história, principalmente na trama da facção, que não estava clara na visão do público. Dizem que a morte de Djanira (Cásia Kis) até estava prevista no início da trama, mas ainda assim a dúvida ficou no ar. Carolina Dieckmann foi chamada as pressas para uma personagem criada na tentativa de dar mais vigor aos personagens de Eduardo Moscovis e Marco Pigossi. 

Jackson Antunes
Tony Ramos
Tio (Jackson Antunes), por sua vez, foi preso e Zé Maria (Tony Ramos) assumiu o papel de vilão. Enfim, mudanças para revitalizar um folhetim não são novidade na história da teledramaturgia. Ao longo de seus 50 anos, a Globo já teve que lidar com problemas desse tipo várias vezes. Confira algumas tramas que tiveram os rumos alterados durante a exibição.

Babilônia (2015)

 Gloria Pires
Logo que estreou essa trama sentiu a rejeição do público. A começar pela cena do 'selinho' gay entre as personagens de Tereza (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) que não agradou. Silvio de Abreu nega até hoje que tenha sido solicitado para salvar a novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, mas há quem jure que o autor reformulou vários capítulos. A história do cafetão Murilo (Bruno Gagliassso) e da mimada Alice (Sophie Charlotte) - que se tornaria uma garota de programa - sofreu uma reviravolta. A vilã Beatriz (Gloria Pires), era uma ninfomaníaca no início, mas se apaixonou por Diogo (Thiago Martins), filho de um antigo amante que ela assassinou. Carlos Alberto (Marcos Pasquim) teria um relacionamento com Ivan (Marcello Melo), mas nem chegou a sair do armário. Mesmo com as mudanças a trama teve o fim antecipado.

Em Família (2014)

 Julia Lemmertz e Bruna Marquezine 
Essa novela também não caiu nas graças do público. Manoel Carlos rapidinho tomou providências para não deixar a peteca cair. Na segunda fase da trama, o autor aproximou mais rapidamente Luiza (Bruna Marquezine) de Laerte (Gabriel Braga Nunes) e os dois protagonizaram cenas de forte paixão. Mesmo assim, o casalzinho não conquistou o público e Louise D'Tuani entrou na trama como a pianista Lívia para abalar a relação do casal.

Torre de Babel (1998)

 Silvia Pfeifer e Christiane Torloni
Silvio de Abreu tentou levar alguns temas como homossexualismo, infidelidade conjugal e drogas à trama, mas não deu certo. O jeito foi usar a explosão no shopping, já prevista na sinopse, para tirar da novela personagens que não estavam agradando. Com isso, o dependente químico Guilherme (Marcello Antony) e a ex-modelo e empresária Leila (Silvia Pfefer), namorada de Rafaela (Christiane Torloni) morreram na explosão.

A Padroeira (2001)

Déborah Secco e Luigi Barricelli
Após um mês no ar, a trama não emplacou e amargava baixos índices de audiência. Para piorar, o diretor Walter Avancini faleceu durante a novela e o diretor Roberto Talma assumiu o trabalho e reformulou a história. A direção de arte mudou o tom sóbrio de cenário e figurinos. Treze personagens foram cortados e 8 criados, o que deu um dinamismo maior à novela.

Salve Jorge (2013)


Rodrigo Lombardi e Nanda Costa
Apesar do assunto central de Salve Jorge - o tráfico humano - ter agradado, a trama de Gloria Perez passou por momentos críticos. Algumas mudanças foram programadas, inclusive uma passagem de tempo não prevista na sinopse. Logo no início, a novela sofreu boicote dos evangélicos por causa do nome escolhido que faria homenagem ao orixá Ogum, correspondente a São Jorge na umbanda e no candomblé no sincretismo religioso. A imagem de São Jorge, 'padroeiro' da novela, acabou ficando de lado e o protagonista Théo (Rodrigo Lombardi) deixou de aparecer fazendo rezas para o santo. Mesmo com as mudanças o folhetim foi encurtado em duas semanas.

Texto: Redação

Publicado na revista TV Brasil n/n 822
Curiosidades

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