terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Tragédias De Carnaval

Na telinha, nem sempre a festa de momo é motivo de festa e alegria. Quando se fala em carnaval, todo mundo logo se lembra de samba, belas mulheres e muita alegria. Mas na teledramaturgia nem sempre é assim. Muitas histórias tiveram tragédias justamente durante a folia

Na novela Império (2015)

 
Alexandre Nero, Lilia Cabral e Marjorie Estiano
 Cora tentou salvar o comendador e acabou morrendo
A mais recente foi em Império (2015). Aguinaldo Silva prometeu um assassinato durante o carnaval e cumpriu. Tudo aconteceu no desfile da fictícia União de Santa Teresa, quando o comendador José Alfredo (Alexandre Nero) estava em um dos carros alegóricos e prestes a levar um tiro. Só que Cora (Marjorie Estiano),que  não havia sido convidada para a festa, invade o local vestida de mulher gato para salvar seu grande amor depois de saber que Maurílio (Carmo Dalla Vecchia) estava planejando matar Zé Alfredo. O vilão tenta acertar seu inimigo, mas acaba dando um tiro em Cora. A megera é levada para o hospital, mas não resiste aos ferimentos e morre.

Na minissérie O Canto da Sereia (2013)

João Miguel e Ísis Valverde
 A morte de Sereia surpreende todos os fãs da aclamada minissérie
Em 2013, o público se surpreendeu com a minissérie O Canto da Sereia, em que a protagonista da trama vivida por Ísis Valverde é assassinada em cima de um trio-elétrico, em Salvador, em plena terça-feira de carnaval. Foi uma surpresa quando revelou-se, no último capítulo, que o fiel escudeiro da cantora, Só Love (João Miguel), matou seu grande ídolo por amor. Após descobrir que tinha um câncer terminal, Sereia teve uma ideia fatal: pediu que se grande amigo e fã número um a matasse, de forma apoteótica, para que nunca a esquecessem.

Outras tramas da telinha também apresentaram 'tragédias carnavalescas'. Confira as mortes mais marcantes da teledramaturgia:

 Na novela Partido Alto (1984)
Amante traído
José Mayer e Betty Faria
 Jussara (Betty Faria) viu seu grande amor ser assassinado por um bicheiro
Gloria Perez e Aguinaldo Silva também já usaram o carnaval para uma história trágica, em Partido Alto (1984). Jussara (Betty Faria), porta-bandeira da Acadêmicos do Encantado, viu seu grande amor ser assassinado em pleno desfile. Ela era amante do bicheiro Célio Cruz (Raul Cortez), chefão da comunidade, mas se apaixona por Piscina (José Mayer), autor do samba enredo daquele ano. Vingativo, Célio não perdoa a traição e manda seus capangas assassinarem o rival em pleno desfile.

Na série Brava Gente - História de Carnaval (2001)
Nem as porta-bandeiras escaparam da morte

Norton Nascimento e Juliana Paes
 A morena foi vítima do ciúme doentio do marido
Em 2001, um episódio da série Brava Gente trazia mais uma tragédia. História de Carnaval comoveu o público com a morte de Rosinha (Juliana Paes), porta-bandeira casada com o diretor de uma escola de samba Marcelo (Norton Nascimento). A mulher foi assassinada pelo marido em pleno desfile após ele desconfiar de uma traição. A história foi baseado no conto A Morte da porta-Estandarte, de Aníbal Machado, que inspirou também Manoel Carlos a escrever Felicidade (1991). Na novela, a vítima do ciúme foi Tuquinha (Maria Ceiça), porta-bandeira da Estácio de Sá, morta a facadas pelo marido Tide (Maurício Gonçalves) em plena Marquês de Sapucaí.

Na minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos (1998)
Fantasma do carnaval

Edson Celulari e Jiulia Gam
Vadinho vestido de baiana em pleno domingo de carnaval
Exibida em 1998, a minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos também traz uma morte em pleno carnaval da Bahia.Adaptada da obra de Jorge Amado, a produção mostra a morte de Vadinho (Edson Celulari), primeiro marido de Dona Flor (Giulia Gam). Ele cai no samba no domingo de carnaval rodopiando no meio do bloco Filhos de Gandhi. Fantasiado de baiana, o malandro está na maior animação quando cai morto no meio do desfile. Mesmo depois de enterrado, ele volta para assombrar Flor (Giulia Gam), que a essa altura já está casada com Teodoro Madureira (Marco Nanini).

A novela Bandeira 2 (1972)
morte encomendada pela censura

Paulo Gracindo e Marília Pêra
Bandeira 2 (1972) também trouxe uma morte ligada ao carnaval. A trama contava a história dos inimigos Tucão (Paulo Gracindo) e Jovelino Sabonete(Felipe Carone), que brigavam pelo controle do jogo do bicho em Ramos, no Rio de Janeiro. Os bicheiros disputavam ainda o amor de Noeli (Marília Pêra), porta-bandeira da escola de samba do bairro. No final da novela, Tucão é assassinado na quadra da Imperatriz Leopoldinense. A cena do enterro foi ao ar no último capítulo. Mas o curioso é que a morte foi encomendada pela Censura Federal, em plena ditadura militar. Uma das imposições dos censores foi a morte do bicheiro para que o mal não triunfasse sobre o bem. Quando um jornal anunciou "Morreu Tucão", cerca de 3 mil pessoas foram ao cemitério nas gravações do enterro, gerando grande confusão no local.

Texto: Núcia Ferreira

Publicado na revista TV Brasil n/n 828

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