quinta-feira, 17 de março de 2016

Carlos Romero - Água E Pedra


um conto - uma crônica

Tem a música. A música é um milagre. Tem aquele sorriso da criança, ainda no berço. Tem aquela borboleta saltitando sobre as flores de um jardim.
Tem o vento, seja em forma de brisa, seja na violência de um vendaval, dando vida a tudo.O vento é que dá alegria à paisagem, faz a Natureza dançar.

Tem aquela lágrima escorrendo pelo rosto sofrido. A lágrima é a água da dor, da saudade, do sofrimento. Tem a água do suor, a água do trabalho. Preguiçoso não sua. E o que dizer da água chamada sangue, que é vermelha para chamar a atenção da gente. E a água que está presente em 70% de nosso corpo?

Tem a água do mar, que é salgada. Se fosse doce, no instante apodreceria. Deus sabe o que faz. Mesmo assim, ainda tentam poluir o mar.

A água está em tudo. Na cachoeira, como que brincando de se escorregar. E que paz ela nos dá...Vi muitas na Nova Zelândia. E vi uma lá na Islândia, muito pequena, que dava para ficar embaixo dela.

Não há maior sofrimento do que uma longa sede. E Jesus pedia água aos seus acusadores e eles lhe deram vinagre.

Escute o óbvio: a água é tudo, nesta vida. O danado é que chegam a embebedar a bichinha, misturando-a com álcool.

Existe a pedra. A pedra é forte.Jesus chamou Pedro de pedra e o poeta Drumond disse que "havia uma pedra no caminho"...

E para terminar, reflitamos: Quem é mais forte, a água ou a pedra? Depende. A resposta talvez esteja no ditado: "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". E fura mesmo.

E Jesus queixou-se, um dia, dizendo que os pássaros têm seus ninhos, as raposas seus covis, mas ele não tinha uma pedra para repousar a cabeça.

Carlos Romero. Membro da Academia Paraibana de Letras

Publicada no jornal Correio da Paraíba
Edição de 13 de março de 2016
Opinião

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