sábado, 30 de abril de 2016

Os Famosos Coronéis


Poderosos e mandões, eles fizeram muita história na teledramaturgia

Velho Chico

Tarcísio Meira
á
Rodrigo Santoro
O coronelismo e suas influências na vida social e econômica em várias regiões do Brasil é uma realidade até hoje.Na telinha, o tema já foi abordado em inúmeras novelas e em épocas diversas. Desta vez é Velho Chico que ressalta o poder dos manda-chuvas na fictícia Grotas de São Francisco. É lá que o coronel Jacinto de Sá Ribeiro (Tarcísio Meira era dono de uma vasta extensão de terras herdadas pelo filho, Afrânio (Rodrigo Santoro/Antônio Fagundes). O jovem rapidamente 'pegou o gostinho' pelo poder e se transformou no novo coronel, que manda e desmanda na região. Anos depois da morte do pai, Afrânio conseguiu triplicar o patrimônio da família e alargar os domínios de suas terras. Tudo à custa de suor e sangue, já que foi o mandante da morte do capitão Ernesto Rosa (Rodrigo Lombardi).

Além deles, outros coronéis já deixaram sua marca na teledramaturgia brasileira e chamaram a atenção no imaginário do telespectador. Vamos relembrar alguns? Confira!

 Gabriela - "Vou lhe Usar"

José Wilker
Gabriela, baseada na obra de Jorge Amado, teve duas versões, todas recheadas de coronéis. No remake, em 2012, Antônio Fagundes deu vida a Ramiro Bastos (velho fazendeiro de cacau e líder político da região), que era temido por todos e ditava as leis de acordo com seus interesses. Na versão original, exibida em 1975, foi Paulo Gracindo quem interpretou o poderoso, a própria personificação do coronel. A história também contou com o Coronel Melk Tavares (Chico Diaz/Gilberto Martinho), que era o braço direito de Ramiro. Outro que deu o que falar foi Jesuíno (José Wilker/Francisco Dantas). De ideias retrógradas, ele era rude, violento e apoiava Ramiro Bastos em tudo. Na versão mais recente, Wilker marcou o personagem com o bordão "vou lhe usar", dirigido à esposa, Dona Mocinha, interpretada por Maitê Proença.

Cabocla - Disputa acirrada

Tony Ramos
Cabocla (2004) mostrava a rivalidade entre os dois chefes políticos da região de Vila da Mata, os coronéis Boanerges (Tony Ramos) e Justino (Mauro Mendonça). A disputa entre os dois pelo poder da cidade era clara, bem como a impossibilidade de um entendimento. Para piorar tudo, enquanto Boanerges e Justino se enfrentavam fortemente na política, seus filhos Belinha (Regiane Alves) e Neco (Danton Mello) se apaixonaram perdidamente.

Roque Santeiro - Tô Certo ou Tô Errado?


Lima Duarte e Regina Duarte
Na fictícia Asa Branca, os moradores viviam em função dos supostos milagres de Roque Santeiro (José Wilker), que dava nome a novela de 1985. Um dos responsáveis pelo mito do santo era Sinhozinho Malta (Lima Duarte), o temido fazendeiro e chefe político do local. Vaidoso, sua vida se resumia a mulheres e dinheiro, e tinha como meta a construção do aeroporto na cidade. Só quem o tirava do sério mesmo era a viúva Porcina (Regina Duarte), que mantinha como sua amante e não assumia compromisso para não contrariar a filha Tânia (Lídia Brondi).

Sinhá Moça - Barão de Araruna

Osmar Prado
Sinhá Moça (que ganhou um remake em 2006), teve sua primeira versão exibida em 1986 e também contava com um coronel da pesada - vivido por Osmar Prado na segunda versão - era defensor do regime escravagista e mantinha a mulher, Cândida (Patrícia Pillar), e a filha, Sinhá Moça (Débora Falabella) em rédias curtas. Quando sentiu que estava perdendo o controle político da cidade, elegeu o jovem Rodolfo (Danton Mello) como genro e não escondeu que sua intenção era transformá-lo em seu sucessor. Porém, o que nem imaginava era que o jovem fosse um abolicionista convicto e os dois tornaram-se inimigos. Na trama original, outro coronel famoso, o Ferreira, foi vivido brilhantemente pelo saudoso Rubens de Falco. 

Irmãos Coragem - O Coronel dos Coronéis


Gilberto Martinho
Um dos atores que mais interpretou esse papel na televisão brasileira foi Gilberto Martinho (1927-2001). Em 1970, o ator ganhou notoriedade nacional ao interpretar Pedro Barros, em Irmãos Coragem, que comandava com mãos de ferro o garimpo de Coroado. Gilberto deu vida ainda a outros coronéis. Em 1975, foi Melk Tavares, na primeira versão de Cabocla. Na trama original de Cabocla, de 1979, interpretou Justino, rival de Boanerges (Cláudio Correia e Castro). Em 1985, Gilberto Martinho fez seu último coronel. Foi na minissérie O Tempo e o Vento, como o poderoso Ricardo Amaral.

Texto: Núcia Ferreira

Publicado na revista TV Brasil n/n 838
Donos do Pedaço
Fotos: Globo/Divulgação 

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