O tempo chega, no momento em que choramos forte, ao nascer. Os vagidos encantam os expectadores presentes àquela data tão importante para toda a família. Os amigos e a vizinhança inteira sempre fizeram parte desta plateia que vibra, que anseia ver o novo membro da família. Ao vê-lo, cada um manifesta a sua opinião, assim:
- Parece com o pai. Com o pai, não, diz a irmã. Parece com a mãe! Até os olhos claros, as feições idênticas e os cabelos estiradas. Discussão à parte, o que vai prevalecer, doravante, será a formação definitiva das feições , disse a tia, pois, no futuro, aquelas poderão apresentar-se com contornos distintos, que os próprios membros da família comentarão:
- Como esse menino mudou! Agora, está tal e qual o bisavô: bonito, elegante e sabido. O menino que era calmo tornou-se um jovem expansivo, educado e elegante no vestir. O tempo transformou num belo jovem, desejado pelas moças mais prendadas da cidade. O jovem, no entanto, encontrou a eleita do seu coração. Formam um par harmonioso.
O tempo também conduziu-os à nova etapa da vida, a dos filhos tão amados, Estes tornaram-se homens de bem, profissionais respeitados. Bendita prole! É o maior orgulho dos genitores que todos os dias, agradecem ao Senhor por tantas dádivas e por viverem juntos no caminhar perene, até chegarem, de mãos dadas, ao último tempo.
Onélia Queiroga
Escritora e Professora de Ciências Jurídicas da Faculdade de Direito da UFPB
Publicada no jornal Correio da Paraíba
Edição de 24 de setembro de 2017
Aos domingos C3
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