sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Grandes Artistas Negros do Brasil e Do Mundo

Cartola, ícone da música - Viola, premiada na TV e no cinema - Machado de Assis, grande escritor - Misky Copeland, primeira bailarina do American Ballet - Milton Gonçalves, ator respeitado 


Grandes artistas negros em diferentes artes

Música

Não precisamos ir muito longe. Só aqui na Paraíba temos nomes como Chico César e Escurinho. Além dos citados na matéria a cima, dá para lembrar de Luis Melodia, Sandra de Sá, Mano Brown (Racionais MCs), Pixinguinha, Djavan, Gilberto Gil, dentre muitos outros.


Escurinho - Luis Melodia - Sandra de Sá - Mano Brown - Chico César - Pixinguinha - Djavan - Gilberto Gil


Teatro

O ator Milton Gonçalves é conhecido pelo grande público por conta de suas participações em telenovelas, mas foi uma figura importante do teatro, ao lado de nomes como de Dalmo Oliveira. Atualmente uma das atrizes mais respeitadas da cena contemporânea é a mineira Grace Passô.
Milton Gonçalves - Dalmo Oliveira - Grace Passô

Cinema

Ava Duvernay abriu espaço para mulheres negras diretoras, como Spike Lee fez pelo homens. Atores como Denzel Washington, Will Smith, Viola Davis e Sidney Poitier estão entre os poucos com espaço em grandes papeis  para 'não negros'. No Brasil, Lázaro Ramos e Taís Araújo conseguem isso.
Spike Lee - Denzel Washington - Will Smith - Viola Davis - Ava Duvernay - Sidney Poitier - Lazaro Ramos - Taís Araújo 

Artes Visuais

Uma das áreas mais problemáticas a respeito da representatividade negra, pode-se destacar o trabalho do brasileiro Aleijadinho e de Arthur Bispo do Rosário. Na arte contemporânea, o cenário parece estar mudando, com nomes como  Caetano Dias, Daniel Lima e Sônia Gomes. 
Aleijadinho - Arthur Bispo do Rosário -  Caetano Dias - Daniel Lima - Sônia Gomes



Literatura

Como citado na matéria, Machado de Assis e Lima Barreto são alguns dos nomes que vieram a se destacar na literatura. Uma pesquisa da UnB revelou que desde 1965, cerca de 90% dos escritores publicados por grandes editoras no país são brancos. Conceição Evaristo é um dos destaques da produção literária recente.
Machado de Assis - Lima Barreto - Conceição Evaristo


Dança


O balé clássico poucas vezes abriu espaço para bailarinos e coreógrafos. O Balé da Cidade de São Paulo veio a ter seu primeiro diretor negro, Ismael Ivo. Em 2015, a americana Misty Copeland se tornou a primeira mulher negra e ser primeira-bailarina da prestigiada companhia American Ballet Theater.
Ismael Ivo - Misky Copeland


Quadrinhos

O paraibano  Shiko é respeitado nacionalmente no meio dos quadrinhos. Na história da nona arte, dois nomes se destacam: George Herrimnan, criador de uma das mais famosas tirinhas dos EUA , "Krazy Kat" e Dennis Coiwan, desenhista de heróis negros como "Pantera Negra" e "Aço".

George Herrimnan - Shiko - Dennis Coiwan





Taís Araújo

 Artistas apoiam data que homenageia o combate ao preconceito e ao racismo. O dia 20 de novembro faz menção à consciência negra para ressaltar, principalmente, as conquistas dos afrodescendentes no Brasil. E acontecimentos recentes reacendem a importância dessa luta. Nas últimas semanas, Taís Araújo se viu alvo de uma ação massiva de preconceito quando internautas a atacaram nas redes sociais, publicando ofensas ao cabelo e ao tom de pele da atriz. A violência assusta, até porque Taís é dona de uma das carreiras mais sólidas e gloriosas do meio artístico nacional.
Taís foi a primeira protagonista negra do horário nobre da Globo
"Uma protagonista negra no horário nobre é reflexo da realidade atual. O preconceito é muito menor". 
Taís Araújo, ao ser escalada para Viver a Vida, em 2009.
Taís Araújo e Zezé Motta
Aos 17 anos, ela entrou para a história da TV ao protagonizar Xica da Silva na extinta Rede Manchete, ficando marcada como a primeira protagonista negra em um folhetim brasileiro. Quase em seguida, migrou para a Rede Globo, onde fez o papel da estudante Vivian em Anjo Mau. Na época, Taís chegou a declarar ser consciente de que dificilmente teria a chance de viver uma protagonista novamente. Só que não. Em 2004, a bela protagonizou  Da Cor do Pecado ao lado de Reynaldo Gianecchini, conquistando o Brasil com a história de amor entre Preta e Apolo. E o reconhecimento não parou por aí. Ela caiu nas graças de Manoel Carlos, que a convidou para interpretar a primeira Helena negra de suas tramas. "Quando peguei a sinopse de Viver a Vida não tinha escrito: "Helena, 30 anos, negra". Era "Helena, 30 anos", simplesmente. Caramba, uma personagem que foi escrita para qualquer atriz de 30 anos! Se existe um passo que a gente (negros) queira dar em direção à igualdade é esse. Porque aí é igual. Qualquer atriz poderia fazer", analisou a estrela, que na ocasião comemorou não só por ela, mas por toda uma raça.

Lázaro Ramos e Taís Araújo durante o lançamento de Mister Brau

Casada com Taís Araújo, Lázaro Ramos é outro negro de destaque no universo midiático. E ele comemora o fato de a classe estar melhor representada na dramaturgia. "Antigamente eram personagens estereotipados, marginalizados, sempre coadjuvantes, quando todo artista ambiciona o protagonismo, personagem bom. Outra coisa legal que vem possibilitando mudanças nesse campo é a inserção de gente com outras origens - não vou falar somente negros -, contando suas histórias, como diretores, roteiristas. É o futuro. Isso faz a diferença quando você dá o microfone para mais pessoas. A diversidade do Brasil é nosso maior valor. Inserir isso em todos os setores deixa a sociedade mais rica" considera o atual protagonista de Mister Brau.

Elas não negam a raça

Nomes como Cris Vianna, Roberta Rodrigues e Luís Miranda fazem parte de uma nova geração que tem garantido seu espaço na dramaturgia nacional, não por causa da cor, mas por conta do talento. Assim como eles, outros atores novatos e veteranos vencem a barreira do preconceito e conquistam milhares de admiradores através de sua arte.


Cris Vianna brilha na novela a Regra do Jogo como Indira

Roberta Rodrigues também brilha na novela A Regra do Jogo com Ninfa

Luís Miranda é puro talento na novela na série Mister Brau como Lima 


Milton Gonçalves

Milton Gonçalves iniciou a carreira artística em 1958.Sua última novela foi em Lado a Lado , em 2013, como Afonso Nascimento

Veterano na dramaturgia, o ator representou todo o tipo de papéis na TV, teatro e cinema, e mostrou que a discriminação pela cor da pele pode ser vencida."Quando comecei no teatro, ninguém me perguntava se eu era negro ou não. Tive sorte de encontrar pessoas maravilhosas no meu caminho, que me acolheram e me ensinaram muito. Fui aprendendo e me colocando, pedindo papéis melhores, porque eu tinha capacidade para isso", relata.

Zezé Motta


Zezé Motta foi a primeira atriz a viver Xica da Silva no cinema. Sua última novela foi em Boogie Oogie, em 2014, como Sebastiana. 

Com quase 60 anos de carreira, é um dos grandes ícones do movimento negro na dramaturgia nacional.Zezé fundo em 1984 no Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), instituição sem fins lucrativos mantida até hoje, com o objetivo de fomentar a inserção do negro no mercado da dramaturgia. "Acho que a gente ainda tem muita luta pela frente, mas que está mudando está. Já percebo da parte dos produtores, diretores e autores uma preocupação em realmente inserir o negro em um contexto mais amplo, menos restritivo", pontua.

Aílton Graça

Aílton Graça fez sua estreia na TV na novela América e hoje protagoniza o Florisval na novela Totalmente Demais

Com várias novelas e seriados no currículo, ele coleciona tipos bem diferentes em sua carreira. Antes de fazer sucesso na TV, Aílton já foi militante na luta contra o racismo.Na época, ele trabalhava como office-boy do Hospital dos Servidores e nas horas vagas participava de um grupo de combate ao preconceito racial.

Camila Pitanga


Camila Pitanga é uma das musas de sua geração.Sua última novela foi Lado a Lado (2013) como Isabel

Filha de Antonio Pitanga, a atriz em vasta trajetória na TV e contracenou com o pai em A Próxima Vítima. Na ocasião, ela fazia parte do núcleo de uma família negra, ao lado de Zezé Motta, Norton Nascimento e Lui Mendes. Mas foi em Lado a Lado que Camila pôde contar a história do racismo ao longo dos tempos.

Por Núcia Pereira

Publicado na revista TV Brasil n/n 819

Comemoração

Editor: Renato Félix

Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição de 18 de novembro de 2017
Caderno 2 C1
Fotos: Wikipedia-IMDb-Twitter-Semana da Consciência Negra

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